Política Titulo Eleição na Capital
Suplicy pede respeito a Marta

Senadora tem sido pressionada pelo PT a entrar na campanha de Haddad

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
11/06/2012 | 07:56
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Diferentemente da maioria da cúpula petista, o senador Eduardo Suplicy (PT) defende a posição da também senadora e ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), de não aparecer em atos pró Fernando Haddad, pré-candidato a prefeito da Capital pelo PT. O congressista ainda reclamou da tendência de esvaziamento das tradicionais prévias para escolha de candidatos. Ele participou da cerimônia de entrega de título de cidadão sulsãocaetanense a Jayme Tortorello (PT) na Câmara de São Caetano.

Para Suplicy, o partido precisa respeitar as decisões da ex-prefeita em relação ao pleito. A polêmica entre Marta e Haddad se agravou quando o PT lançou a pré-campanha de Haddad e Marta não compareceu. “Ela vai se aproximar na hora certa. Por enquanto, é uma decisão dela”, declarou.

A ex-prefeita é vista com potencial para ser a segunda principal cabo eleitoral de Haddad na eleição, ficando atrás apenas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O que justifica as investidas da legenda para colocar os dois lado a lado durante a campanha.

Entre os levantamentos eleitorais já realizados na Capital, Haddad não ultrapassa os 3% e está na ponta de baixo da tabela de postulantes ao paço paulistano. Fato que para Suplicy apenas indica que ele “ainda não se tornou conhecido do eleitorado”. “Na medida em que a campanha começar, com a participação iminente do Lula, ele vai crescer”, avisou o senador. O principal rival na corrida eleitoral, ex-governador José Serra (PSDB), tem 31% da preferência na cidade.

Suplicy culpa a interferência de Lula e a ausência de prévias no processo de escolha de Haddad para a falta de participação efetiva de Marta no processo. O próprio senador, ao lado de Marta e dos deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini se colocavam como postulantes ao Executivo pelo PT.

Petista defende modelo francês de prévias

Para Eduardo Suplicy, a solução para evitar os constantes rachas no PT é a reforma do processo de prévias para escolha de candidatos. A sugestão é seguir o exemplo do Partido Socialista Francês, que elegeu o presidente François Hollande no mês passado.

A principal mudança proposta pelo senador é abrir a votação para escolha dos candidatos para “simpatizantes” do PT. O que significa que qualquer cidadão em condição eleitoral plena poderia opinar no processo interno. “Nas prévias do Partido Francês eram cinco candidatos e ao fim da disputa todos fizeram campanha para o Hollande, que saiu vitorioso”, compara.

Durante a competição dos socialistas da França, cerca de dois milhões de eleitores participaram do processo somente no primeiro turno. “Vou brigar para seguirmos esse exemplo no nosso partido”, completa o congressista. Atualmente apenas filiados e em dia com a contribuição partidária podem participar da prévia do PT.

Exatamente para combater rachas internos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem articulando acordos, ou imposições, como a de Haddad, para evitar as prévias. Os diretórios petistas do Grande ABC seguiram as orientações de Lula e todas as sete cidades escolheram seus candidatos sem a disputa interna.

O exemplo lulista não é 100%. Além da Capital, Mauá pode ser considerada outro exemplo de ineficiência. Mesmo sem prévias, a legenda passou por grande disputa interna entre o prefeito Oswaldo Dias e o deputado estadual Donisete Braga, e agora tenta se recompor. Por outro lado, as prévias já racharam diretórios bem organizados em toda a região




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