Presidência diz que petista discutiu apenas investimentos ao Brasil
ouça este conteúdo
|
readme
|
Depois de desmarcarem encontros duas vezes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammend Bin Salman Al Saud, finalmente se reuniram pela primeira vez, ontem, para conversar sobre investimentos no Brasil.
O encontro ocorreu em Nova Délhi, na Índia, onde ambos participaram da Cúpula do G-20. Não houve trocas de presentes, segundo fontes da Presidência que testemunharam a audiência, por não se tratar de uma visita de Estado ou oficial, mas apenas de uma reunião bilateral.
A Casa de Saud, família de Bin Salman, ofereceu joias milionárias ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à então primeira-dama Michelle Bolsonaro. Eles tentaram trazer as peças ilegalmente ao Brasil, no que posteriormente descobriu-se ser parte de um esquema de desvio e venda de bens presenteados por autoridades estrangeiras. O caso é investigado na Operação Lucas 12:2, da PF (Polícia Federal).
Bin Salman manifestou a Lula o interesse em colocar recursos privados no Brasil nas seguintes áreas: mineração, energia verde, petróleo e gás, infraestrutura, turismo, defesa e meio ambiente. Ele não citou projetos específicos. O presidente, por sua vez, recomendou que eles promovessem encontros de ministros e que comitivas de empresários viajassem entre os países. Uma deve ser enviada ao Brasil, para que Lula tente vender aportes em obras do Novo PAC.
O príncipe saudita também agradeceu a Lula por aceitar que a Arábia Saudita fosse um dos seis novos países incluídos no Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul foi ampliado, no fim de agosto, por lobby chinês.
Igualmente presentes ao G-20, os ditadores dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, e do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, também agradeceram pessoalmente Lula por terem sido convidados ao Brics. Os outros três futuros membros do Brics são Argentina, Etiópia e Irã.
O encontro tem potencial de trazer desgaste político ao presidente, pelo que Bin Salman representa. O herdeiro do reino saudita, atualmente premiê do país, chefia uma autocracia que reprime direitos das mulheres e costuma barrar avanços em pautas de gênero e LGBTQIA+, bandeiras políticas de Lula.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.