Deputados da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Sistema Carcerário deverão voltar a Minas Gerais nesta quinta-feira para continuar as investigações sobre a morte de 25 presos na cadeia da cidade de Ponte Nova.

Segundo o presidente da Comissão, Neucimar Fraga, os deputados se reunirão às 14 horas desta terça, quando  poderá ser aprovado requerimento para que viajem a fim de continuar a tomada de depoimentos. Em Belo Horizonte, deverão ser ouvidos dois traficantes que teriam interesse e envolvimento com as mortes, segundo informações obtidas pela CPI, além de agentes da Polícia Civil mineira e de dois presos que foram encontrados amarrados na noite do incêndio na cadeia.

Na última sexta-feira, integrantes da CPI tomaram depoimento de 23 pessoas em Ponte Nova, incluindo o delegado local, agentes penitenciários, presos e familiares dos mortos.

Neucimar Fraga disse que para a CPI houve omissão de fatos importantes nos depoimentos do delegado e dos agentes: "A polícia omitiu que dois presos tenham sido encontrados amarrados nas grades de uma cela, além do fato de ter feito revista noturna à cela na semana do massacre, entre outras omissões".  

Incêncio - As mortes aconteceram após uma briga entre grupos rivais. Detentos da cela 9 conseguiram escapar durante a madrugada da última quinta-feira e correram em direção a uma outra cela onde ficavam os adversários, ateando fogo num colchão. As chamas se espalharam rapidamente e os internos que estavam na cela 8 morreram carbonizados.

Os presos sobreviventes foram transferidos para outras penitenciárias do Estado. O local, que tem capacidade para 87 detentos, abrigava 170 internos na noite do incêndio.