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PF quer investigar suposta ligação de juízes com Chong
17/06/2004 | 23:36
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A PF (Polícia Federal) pedirá autorização para o TRF (Tribunal Regional Federal) de São Paulo para investigar dois juízes federais que, supostamente, estariam envolvidos com o empresário chinês Law Kin Chong, preso há duas semanas ao tentar subornar o deputado Luiz Antônio Medeiros (PL-SP), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pirataria. Além disso, as investigações feitas pela PF indicam que, no esquema de Chong, haviam três políticos e assessores parlamentares, além de dois subprocuradores da República.

Nesta quinta, a PF entregou o relatório final da apuração ao MPF (Ministério Público Federal). Segundo investigadores que trabalham na Operação Xogum, desencadeada para apurar as ações de Chong, os dois juízes que estão sob suspeita também foram citados em gravações feitas durante a Operação Anaconda, que prendeu dois delegados e um agentes federal, o juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, a ex-mulher dele, a auditora aposentada Norma Regina Emílio Cunha, advogados e empresários. Os dois integrantes do MPF, que são de Brasília, também tiveram os nomes vinculados ao empresário chinês naturalizado brasileiro.

Os investigadores mantêm todos os nomes em sigilo para evitar vazamentos, uma vez que, na próxima semana, serão abertos novos inquéritos para apurar a participação de outras pessoas em crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Os investigadores também foram avisados de que Chong teria tentado fazer lobby em diversos tribunais para tentar ganhar habeas-corpus. Para isso, ele teria em torno de US$ 3 milhões, segundo investigadores.

Chong está preso, preventivamente, na Superintendência da PF no Distrito Federal, junto com o advogado Pedro Lindolfo Sarlo. O empresário não quis depor na PF, mas o advogado confessou que tentou mesmo subornar Medeiros, alegando que, "pela sua ganância, tentou auferir vantagens econômicas”.

Nos primeiros indícios contra integrantes do Poder Judiciário, MP e políticos, os investigadores ainda não sabem que vantagens eles supostamente teriam tido. Mas, contra os assessores parlamentares, existem provas de que Chong teria oferecido alguns tipos de benesses, como números de telefones privativos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e até do Exército.




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