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Em 2016, País não deve ter miseráveis
Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
13/01/2010 | 07:51
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O mundo deixou de contar com 520 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza entre 1981 e 2005. Esse resultado e outros levantamentos foram divulgados ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), na pesquisa Pobreza, desigualdade e Políticas Públicas.

Atualmente, existe 1,377 bilhão de pessoas que sobrevivem com pelo menos US$ 1,25 (ou R$ 2,18) por dia, no mundo.

No Brasil, nesta condição estavam 10,5% da população em 2005, ou seja, 19 milhões de brasileiros. A previsão do órgão federal é de que em 2016 já não exista mais nenhum habitante nesta situação no País.

"Estamos caminhando para um quadro de menor dramaticidade dos problemas sociais. Com essa perspectiva, não teríamos mais pessoas morrendo de fome em 2016", disse Marcio Pochmann, presidente do Ipea.

Enquanto a extrema pobreza poderá desaparecer, o nível da taxa de pobreza de pessoas que tenham a renda de até meio salário-mínimo poderá cair de 28,8%, em 2008, para 4% em 2016. Caso essa perspectiva se concretize, levará o Brasil para taxa de países desenvolvidos.

"Não vamos ter mais pessoas que não têm acesso ao mínimo para sobreviver. Isso nos coloca no patamar de países desenvolvidos. Os bolsões de pobreza vão existir, eles serão inseridos neste percentual de 4%", considera Pochmann.

Para estes avanços se tornarem reais, segundo o instituto, seriam necessárias algumas alterações na coordenação dos programas governamentais, garantias da expansão econômica, estabilidade monetária, revisão das políticas públicas e uma maior distribuição dos recursos arrecadados. Além de mudanças significativas no sistema tributário que, segundo o Ipea, prejudica os mais pobres.

A pesquisa também constatou que a cobrança de impostos de quem ganha até dois salários-mínimos (R$ 1.020) chega a 48,9% dos ganhos por mês, em impostos diretos e indiretos. Já quem recebe acima de 30 salários-mínimos ou R$ 15,3 mil paga em tributos 26,3% dos ganhos.

DESIGUALDADE SOCIAL - A desigualdade de renda no País é uma das piores do mundo. Em 2008, a taxa era de 54,4%. Para 2016, o esperado é que seja de 48,8%.

Segundo reportagem publicada pelo Diário dia 8 de novembro, pelo menos 11 mil pessoas vivem em péssimas condições de vida no Grande ABC e poderiam ser enquadradas nesta categoria de extrema pobreza.

 

Crescimento chinês lidera mudança

O Leste Asiático e o Pacífico contaram com a maior número de pessoas que deixaram a extrema pobreza. Foram 755,3 milhões de habitantes, entre os anos de 1981 a 2005.

Segundo Marcio Pochmann, presidente do Ipea, a China foi a grande responsável por essa modificação no mapa da pobreza mundial.

"Eles (os chineses) tiveram a maior expansão econômica verificada neste período. A China liderou o crescimento, basicamente em um ritmo de 10% ao ano. Essa taxa foi parecida com o Brasil na década de 1970. Quando o País tinha dois terços da população incluídos na pobreza e reduziu quase 40%", conta Pochmann.

Por outro lado, a África Subsaariana, onde vivem cerca de 500 milhões de pessoas, teve a a inserção de 176,9 milhões de habitantes na extrema pobreza.

Na América Latina e no Caribe também houve incremento de moradores, na condição mínima de sobrevivência, foram 4,1 milhões de latino-americanos que passaram a viver com menos de US$ 1,25 diário.




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