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Bancário faz greve em 40 agências da região
Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
22/08/2006 | 22:35
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Pelo menos 40 agências bancárias no Grande ABC vão entrar em greve na próxima segunda-feira. Representantes dos bancários decidiram organizar um movimento nacional de paralisação parcial, após a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) rejeitar, anteontem, as reivindicações da categoria. A paralisação vai durar 24 horas e acontecerá na véspera da nova reunião entre a federação e os sindicatos.

Os bancários pedem a recomposição da inflação e aumento real de 7,05%. Exigem ainda PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) de um salário bruto acrescido de valor a ser definido e divisão de 5% do lucro líquido dos bancos. A categoria também espera a inclusão da 13ªcesta-alimentação e do 14º salário. Somente na região, as mudanças afetariam 7 mil bancários.

“A campanha salarial é nacional. Se novas propostas não forem apresentadas, vamos organizar uma greve por tempo indeterminado”, afirmou a presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Maria Rita Serrano. Em outubro do ano passado, os bancários chegaram a ficar seis dias em greve e conseguiram reajuste salarial de 6% retroativo ao mês anterior.

De acordo com Maria Rita, durante toda esta semana, o sindicato vai conversar com a categoria com o intuito de organizar a paralisação e definir as atividades que serão realizadas no dia 28 para pressionar os bancos.

Lucros – Para estabelecer as exigências de aumento salarial, a categoria se baseou no desempenho do setor no primeiro semestre deste ano. Até agora, o lucro consolidado dos bancos atingiu R$ 11,91 bilhões, valor 27,2% superior ao mesmo período do ano passado.

Os bancos no país que mais faturaram no primeiro semestre foram o BB (Banco do Brasil), com lucro líquido de R$ 3,888 bilhões, Bradesco (R$ 3,312 bilhões), Itaú (R$ 2,958 bilhões) e Unibanco (R$ 1,068 bilhão).

Só o BB já registra um crescimento de 96,4% na comparação com os seis primeiros meses de 2005. No ano passado, o banco acumulou lucro líquido de R$ 4,153 bilhões. O lucro do setor está ligado ao crescente aumento das tarifas, especialmente as relacionadas a crédito, de maior demanda.

Segundo o levantamento divulgado neste mês pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), de cada 10 tarifas cobradas pelos bancos, 9 tiveram aumento muito acima da inflação entre 2001 e 2006. O pagamento dos bancários é retirado do valor arrecadado com essas tarifas. Até o fechamento desta edição, nenhum representante da Fenaban comentou o assunto.




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