Bailarinas de Santo André se preparam para viver uma experiência que pode abrir oportunidades já no início da carreira. Mariana Carossa e Tatyane Tieri embarcarão no dia 25 para os Estados Unidos, onde farão curso de verão junto a uma das principais companhias norte-americanas de balé clássico, a Miami City Ballet, que atualmente conta com 40 dançarinos oriundos de vários países.

As bailarinas do Studio Corpore Sano participarão do "Summer Intensive Program" (Programa Intensivo de Verão, em português), que tem duração de cinco semanas. Em solo norte-americano, elas terão seis dias de aulas por semana em período integral. "Estar sob uma rotina pesada de aulas traz aprimoramento técnico e conhecimento do que é a vida de um bailarino profissional em uma grande companhia", diz Mariana, 18 anos, que faz dança desde os nove. Integram a programação proposta pela companhia ensaios que resultarão em apresentação de espetáculo no encerramento do curso.

Dedicadas, Mariana e Tatyane sempre chamaram a atenção enquanto bailarinas, tanto que representam a escola Studio Corpore Sano nos principais festivais do Brasil. Para estudar nos Estados Unidos, as duas tiveram de participar de audição na Capital, em novembro, que consistiu em aula avaliativa. Ao todo, 46 brasileiros foram aprovados pela Miami City Ballet, que também realizou audições no México e nos Estados Unidos para o mesmo programa de verão.

Tatyane, 17 anos, ficou tensa ao encontrar vários competidores, mas conseguiu relaxar ainda no começo do processo. "Havia uma banca examinadora que nos dividiu em três grupos. Após série de sequências, separou-nos em quintetos para analisar e definir quais seriam os bailarinos selecionados", recorda a jovem que faz balé clássico desde os 11 anos.

Um mês foi o tempo esperado para o conhecimento do resultado. "Durante esse período, fiquei bastante ansiosa. Sempre olhava a minha caixa de e-mail para saber o resultado. Só fiquei sabendo mesmo por meio da Tatyane porque o comunicado chegou como spam ao meu e-mail", lembra Mariana.

As jovens terão de arcar com todos os gastos: passagem, hospedagem, alimentação e transporte pela cidade, além do próprio curso. "É pesado, mas vale a pena. Acima de tudo é um investimento. Quando voltarmos, teremos outra visão e estaremos no pique", acredita Mariana. Segundo as bailarinas andreenses, que têm como grande sonho integrar uma companhia renomada, a possibilidade de obter bolsa de estudos ou receber proposta de estágio é bem maior nos Estados Unidos, onde acreditam que terão mais visibilidade.

Mariana está disposta a permanecer nos Estados Unidos. "Receber proposta de estágio é uma esperança que tenho. Trancaria a faculdade de Ciências Sociais, na USP (Universidade de São Paulo), para seguir o meu sonho", afirma. "Mesmo que não recebamos nada disso já é muito gratificante estar em grupo seleto de bailarinos que certamente se esforçaram muito para chegar lá", completa a jovem dançarina.