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Prefeito de Sto.André pode ter de depor ao MP
Maurício Klai
Da Redaçao
04/06/2000 | 20:02
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A possibilidade de o prefeito Celso Daniel e o ex-secretário de Serviços Municipais, Klinger Luis de Oliveira Sousa, serem ouvidos pelo Ministério Público (MP) "existe e é viável". Quem afirma é o promotor Marcelo Santos Nunes, da 9ª Vara Cível de Santo André, que conduz investigaçoes para verificar "eventuais violaçoes aos princípios da moralidade administrativa com possível favorecimento a empresas de prestaçao de serviços à administraçao pública".

Nunes também confirmou quinta-feira, em entrevista ao Diário, que ouvirá durante este mês representantes de partidos políticos e entidades "que protocolaram uma representaçao no MP, em maio, solicitando investigaçoes sobre as ligaçoes da Prefeitura e uma empresa de prestaçao de serviços urbanos". Nunes nao mencionou o nome Rotedalli Serviços e Limpeza Urbana, tampouco os de políticos e da entidade denunciante. "Ainda é cedo para falar em nomes", afirmou.

"O que posso dizer até agora é que existe um procedimento preparatório de inquérito civil instaurado por mim em 10 de maio para eventual açao civil pública." Segundo Nunes, a conclusao do procedimento pode levar até 90 dias, prazo para ele decidir ou nao pela citaçao da Prefeitura. Na ediçao de quarta-feira, o Diário publicou que os presidentes do PPB, vereador Odon Marques, e do PPS, Adonis Bernardes, já foram procurados por oficiais de Justiça para prestarem depoimento no MP. Eles integram o Fórum dos Partidos de Oposiçao (PPS, PTB, PPB, PSDB, PSB, PSD, PTN, PFL e PSDC).

Apesar de nao revelar o nome do remetente, o promotor disse ter recebido, em 22 de maio, "documentos que servem de indícios a serem investigados com prudência pelo MP". Sao cerca de 40 páginas de documentos, guardados numa pasta amarela, cuja espécie ele também nao revelou, apenas o número de registro de controle interno: 17/2000.

Na quarta, o Diário também informou a existência de um dossiê que poderia conter "provas" de um suposto esquema de favorecimento à Rotedalli, além das alteraçoes patrimoniais de Sérgio Gomes da Silva, ex-assessor e amigo do prefeito Celso Daniel, e Ronam Maria Pinto, sócio principal da empresa de coleta urbana. O documento também conteria dados sobre as alteraçoes patrimoniais de Pinto, Silva e outros empresários do setor de transportes, o que caracterizaria enriquecimento ilícito.

O promotor também está fazendo consultas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), que está apurando suposto favorecimento à Rotedalli no contrato de manutençao do aterro sanitário da cidade. Mesmo com a cidade vivendo um momento político importante, com pesquisas de preferência popular favoráveis ao atual prefeito Celso Daniel, o promotor disse que nao vai dar atençao à propaganda política. "Sou apolítico."

Questionado sobre eventuais pressoes, negou ter sofrido qualquer uma até o momento. "Nao recebi nenhum telefonema ou visita", disse. Ele também negou conhecimento quanto a boatos de transferência do caso para o MP de Sao Paulo. "Tenho a intençao de promover a investigaçao toda em Santo André", garantiu.




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