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Renault traduz ‘popular’ para o francês
Anderson Amaral
Do Diário do Grande ABC
18/03/2003 | 18:15
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Produzido em São José dos Pinhais (PR) deste novembro de 1999, o Renault Clio caracterizou-se, sobretudo, pela boa relação custo-benefício, mas se ressentia de um visual mais atraente. Com a reestilização promovida pela montadora com quase dois anos de atraso em relação ao hatch vendido na Europa, o compacto ganhou fôlego para enfrentar o concorrido segmento brasileiro de carros populares – que, no ano passado, representou cerca de 78% das vendas.

Na ponta do lápis, o Clio 1.0 8V Authentique (58 cv), versão porta-de-entrada da família, mantém o preço atraente como uma de suas principais virtudes. Adquirido pela Internet (venda direta), o hatchback custa R$ 17.990, preço que sobe para R$ 20.290 se a compra for realizada pela rvenda. Tais valores põem a Renault em condição privilegiada frente aos concorrentes no segmento até R$ 20 mil.

Vamos aos preços: o Fiesta Street (65 cv), por exemplo, custa R$ 17,6 mil, enquanto o Palio Fire (55 cv) é vendido por R$ 17.197 e o Gol Special (57 cv), R$ 18.896. O novo Clio leva vantagem sobre os concorrentes, contudo, na idade do projeto: enquanto o Renault produzido no Paraná acabou de sair do forno, os demais já sentem o peso do envelhecimento.

Mas é necessário fazer uma ressalva: o air bag duplo – cantado em verso e prosa pela Renault como um diferencial do Clio em relação à concorrência quando do lançamento da primeira geração brasileira, já que era equipamento de série em todas as versões – torna-se opcional no pacote básico, o Authentique, o que deixa o hatch menos atraente, sobretudo para quem aprecia segurança.

Identidade – A mudança mais significativa do novo Clio está na aparência – que, embora renovada, ainda é motivo de polêmica. A nova identidade visual do hatch, inspirada nos luxuosos Vel Satis e Avantime, aposentou o design demasiadamente comportado da geração anterior, que deu lugar a linhas mais agressivas, ressaltadas pelos novos faróis e pára-choque dianteiros. Este último, aliás, prolonga-se no centro até o capô, separando as duas grades de refrigeração, e abriga a logomarca da Renault. Na traseira, quase tudo como era antes, já que as mudanças resumem-se ao novo desenho das lanternas.

O interior, redesenhado na Europa, foi mantido no Clio brasileiro – demonstração de que a contenção de custos norteou o projeto de reestilização. Na versão Authentique, avaliada pelo Diário, não há tecido na forração das portas. O que se vê é plástico para todos os lados. Felizmente, o hatch possui bom acabamento, em que pese a simplicidade dos materiais utilizados.

Itens de conforto e conveniência? Nem pensar. O Clio 1.0 Authentique possui apenas desembaçador e hodômetro digital como equipamentos de série.

Desempenho – Desenvolvido exclusivamente para o mercado brasileiro a partir do 1.2 que equipava o Twingo, o propulsor 1.0 de oito válvulas possui coletor de admissão em plástico, o que proporciona melhor fluxo de ar para o interior dos cilindros. Avaliado ao longo de 500 km, o motor não chegou a empolgar, mas deu conta do recado. Para isso, deve estar sempre acima dos 3 mil giros, o que resulta em maior nível de ruído. O consumo ao longo do teste, realizado em percurso misto, manteve-se na casa dos 9,5 km/l com o ar-condicionado ligado – muito longe dos 13,4 km/l declarados pelo fabricante.




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