A coordenadora européia revisa estes dias a política de desenvolvimento do executivo europeu, que está preparando uma declaraçao política a pedido dos ministros de cooperaçao dos Quinze.

Na primeira resoluçao aprovada nesta sexta-feira, as ONGs pedem à comissao que ``se comprometa a levar a cabo uma estratégia de desenvolvimento fundada na erradicaçao da pobreza'. Igualmente pedem que ``indique claramente de que maneira a cooperaçao ao desenvolvimento contribuirá à participaçao dos pobres na sociedade' e ``à supressao da injustiça econômica e social'.

A assembléia, por meio dos delegados dos 15 Estados membros, representando 900 ONGs, pede também à UE entre outras coisas a ``criaçao de mecanismos que garantam a coerência entre as diversas políticas da Uniao Européia'. Mike Aaronson, presidente atual, mencionou as dificuldades administrativas e financeiras encontradas nos últimos anos entre as ONGs e a comissao européia, e denunciou que às vezes o Executivo nao as ouviu, ao mesmo tempo que expressava sua confiança numa melhoria com a nova comissao.

Por sua vez, o comissário europeu para o desenvolvimento, Poul Nielson, frisou que há um esforço para melhorar o trabalho entre as duas partes, assim como seu ``objetivo principal' de ``continuar lutando contra a pobreza', já que é essencial para Europa' e ``para sua imagem'.

Nielson considera um desafio para as ONGs européias reforçar a capacidade da sociedade civil como meio de progresso social nos países pobres.

Aaronson destacou a importância das ONGs européias em primeiro lugar na mesma Europa, já que ``expressam a preocupaçao da sociedade pela desigualdade e pela pobreza no mundo'. Frisou também seu duplo papel de serem ``intermediárias' com a sociedade civil dos países do Sul e de ``ajudarem a UE a realizar sua própria política de desenvolvimento'.

O orçamento da comissao européia para projetos de desenvolvimento no Terceiro Mundo através das ONGs européias é de 200 milhoes de euros este ano. A esta cifra se acrescentam 2,5 milhoes de euros para projetos de cooperaçao diretamente com organizaçoes locais. Se adicionamos a ajuda alimentar, outras ajudas de urgência e projetos específicos via ONGs sao 900 milhoes de euro a soma prevista para este ano.