"Pedi a George Tenet (diretor da CIA) que se responsabilize pelos interrogatórios a Saddam Hussein", informou Rumsfeld durante uma entrevista à imprensa no Pentágono. Segundo ele, a CIA terá o controle sobre os interrogatórios e sobre quem vai realizá-los.

O secretário de Defesa qualificou de "resignada" a atitude de Saddam Hussein, capturado no último sábado por soldados americanos perto de Tikrit, ao norte de Bagdá.

A imprensa americana havia destacado a atitude pouco cooperativa do ex-ditador iraquiano desde sua captura. "A captura de Saddam Hussein é importante, mas a guerra contra o terror não se refere a um (único) homem ou país", insistiu.

"A luta contra o terrorismo não terminará até que (todos) esses terroristas tenham sido vencidos", disse Rumsfeld, ressaltando que "Saddam Hussein está, sem dúvida, sendo tratado conforme as leis internacionais".

"Saddam Hussein será, sem dúvida alguma, tratado conforme as leis internacionais" e "não deve ser visto como uma curiosidade", reforçou.

Segundo Rumsfeld, o Exército pode continuar com a custódia de Saddam, enquanto for interrogado pela CIA. "Não vou me meter em determinar o que fazem e quem faz", frisou.

Ao ser interrogado sobre a razão pela qual o ex-líder iraquiano se entregou sem lutar, Rumsfeld respondeu: "não tenho nenhuma idéia do que o afetou, não descartaria nada". “Não tenho nenhuma idéia. Teria algum interesse familiar?", cogitou sobre o motivo de sua rendição.

Rumsfeld comentou que o derrocado líder iraquiano está confinado em um lugar não revelado e o Pentágono garantiu que conta com todas as garantias previstas para prisioneiros de guerra na Convenção de Genebra e que proíbem a tortura, ou a exposição do detido ao desprezo público.

O secretário da Defesa defendeu a divulgação do vídeo sobre a captura de Saddam que o mostra sendo examinado na boca e na cabeça por um médico militar. "Se houver vidas que possam ser salvas com provas físicas de que esse homem está fora das ruas... então, optamos por salvar vidas. E, de modo algum, acreditamos ter ultrapassado os limites da Convenção de Genebra", disse.

As imagens de Saddam Hussein causaram indignação no mundo árabe e, esta terça-feira, um alto funcionário do Vaticano disse que a gravação mostrou que o ex-ditador foi tratado como gado.