Uma paralisação dos funcionários do Metrô de São Paulo pode deixar sem transporte 2,5 milhões de pessoas a partir da 0h do dia 21 de janeiro (quarta-feira). Nesta quinta, em ato público na linha de bloqueio da estação Sé, o Sindicato dos Metroviários distribuiu carta aberta à população com o comunicado. Os cerca de 8 mil funcionários protestam contra as demissões de aposentados, que ocorrem, segundo eles, desde o ano passado.

"Temos a informação de que existe uma lista de 110 aposentados que serão desligados da companhia este ano", disse o diretor social do sindicato, Valdir Granito. A última paralisação da categoria foi em maio de 2003, para reivindicar reajuste de 18 13%, que foi concedido.

A assessoria de imprensa do Metrô acredita que a greve não deve ocorrer, porque, segundo a companhia, uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) estaria marcada para o dia 22. O TRT não confirmou a reunião.

Granito explicou que no dia 20 os metroviários vão se reunir para acertar os últimos detalhes da greve. "Não vamos parar mais do que 24 horas. Mas é preciso fazer isso para que o Metrô tome uma atitude."

Na quarta, Luiza Vital, 55 anos, operadora de trem da Linha Norte-Sul há 21 anos, foi demitida pelo Metrô quando terminou sua terceira viagem do dia. "Para mim foi uma grande decepção. Tenho três filhos e sustento minha casa sozinha", disse. Segundo Luiza, o Metrô não teria justificado sua demissão. "Vou tentar entrar com recurso pelo sindicato e espero voltar ao trabalho."

Passageiros do Metrô ainda não sabiam da greve anunciada. "Não é justo que os funcionários prejudiquem pessoas que precisam do transporte para trabalhar", disse Maria de Lurdes Alves.