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Hollywood se apressa em lançar filmes de guerra
Das Agências
29/11/2001 | 10:56
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Tropas americanas em meio ao fiasco na Somália, um piloto abatido na Bósnia, 450 soldados americanos cercados por 2 mil inimigos no Vietnã: Hollywood se apressa em estrear os filmes sobre o heroísmo de seus soldados, enquanto que os marines (fuzileiros) continuam mobilizados no Afeganistão.

Nesta sexta-feira estréia nos Estados Unidos "Behind Enemy Lines", dirigido por John Moore, o primeiro de uma série de filmes de guerra que os estúdios cinematográficos se apressam em lançar, coincidindo com o início da campanha no Afeganistão.

Baseado na história real do piloto americano Scott O'Grady, derrubado na Bósnia em 2 de junho de 1995, "Behind Enemy Lines" deveria inicialmente chegar aos cinemas na próxima primavera, mas, depois do início da guerra contra o terrorismo, os estúdios da 20th Century Fox decidiram adiantar seu lançamento.

"Realizamos exibições-testes e o público se encantou com a história, assim vimos que não havia motivo para se preocupar e decidimos antecipar a estréia", explicou Bruce Snyder, presidente da distribuição nacional da 20th Century Fox.

Depois dos atentados terroristas contra o World Trade Center de Nova York e o Pentágono, em Washington, a maioria dos estúdios optaram por adiar o lançamento de filmes como "Collateral Damage" - protagonizada por Arnold Schwarzenegger - relacionados com temas terroristas ou excessivamente violentos.

"Depois de 11 de setembro, era muito difícil dizer o que ia funcionar ou não, o mundo mudou consideravelmente e não sabíamos se este tipo de tema teria uma boa acolhida do público", explica Snyder, reconhecendo que seu estúdio havia considerado, em um primeiro momento, adiar a estréia de "Behind Enemy Lines", o qual classifica de história "muito heróica e patriótica".

A Sony Pictures também decidiu antecipar a estréia de "Black Hawk Down", de Ridley Scott, que fala do fiasco militar das tropas americanas em 1993, na Somália, onde morreram 18 soldados americanos.

Inicialmente anunciado para março do próximo ano, o filme vai estrear no final de dezembro, em Los Angeles e Nova York, e em janeiro, no resto do país.

"Vimos o filme em outubro e achamos que podíamos terminá-lo para janeiro, pois este era o melhor momento para estreá-lo", explicou Mai Joyce, dos estúdios Revolution, que financiaram a produção de US$ 90 milhões.

"É sem dúvida um conto heróico sobre os rapazes que mandamos nessa missão das Nações Unidas e o que tiveram de passar", acrescentou.

O que começou em 1993 como uma operação humanitária das Nações Unidas na Somália, converteu-se em um pesadelo quando as tropas americanas foram lançadas por helicópteros Black Hawk em Mogadíscio para capturar os homens do caudilho somaliano Mohamed Farah Aidid. Dois dos helicópteros foram abatidos e as tropas americanas se encontravam sob fogo inimigo.

Mas "Black Hawk Down" e "Behind Enemy Lines" são apenas os primeiros de uma avalanche de filmes militares que estrearão no próximo ano.

Entre eles se encontra "We Were Soldiers" - protagonizado por Mel Gibson - sobre a batalha de Ia Drang durante a guerra do Vietnã, assim como "Hart's War" e "Windtalkers", ambientados na Segunda Guerra Mundial.

"We Were Soldiers" devia estrear inicialmente no próximo verão americano, mas a Paramount Pictures decidiu recentemente antecipar o lançamento para março.

"Este filme funcionaria em qualquer momento, mas o país tem agora sentimentos mais patrióticos", segundo o vice-presidente da Paramount, Rob Friedman, citado pelo Los Angeles Times.




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