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Morrissey chega a Porto Alegre na sexta
Do Diário do Grande ABC
29/03/2000 | 16:31
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Desembarca sexta-feira, às 8h45, no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, vindo de Buenos Aires, o cantor inglês Stephen Patrick Morrissey, 41 anos, um dos pilares da música pop dos anos 80 e um dos mais influentes poetas do rock da atualidade. Sabe aquele jeitinho de dançar balançando os braços do Renato Russo? Puro Morrissey. Sabe aquelas melodias com uma guitarra incrivelmente melodiosa e sem solos? A banda dele, The Smiths, foi quem reinventou.

Na noite desta quinta, ele ainda estará cantando em Buenos Aires, no Luna Park. Termina cada concerto com "My Way", celebrizada por Frank Sinatra. "And now/ The end is near/ And so I face the final curtain/ My friend, I'll say it clear, I'll state my case, of which I'm certain/ I've lived a life that's full", canta o último dos grandes estetas de uma década perdida.

Morrissey chega pela manha a Porto Alegre. A noite, após cantar no Bar Opiniao, poderá participar de uma festinha anos 80 no lugar. Pelo menos foi convidado, segundo os produtores do show gaúcho. Ele chega acompanhado de uma entourage de 26 pessoas, o que inclui quatro músicos e um pequeno exército de seguranças particulares. Nao dá coletivas de imprensa nem entrevistas, segundo seus assessores. Chilenos e argentinos tentaram, mas nao conseguiram.

"Isso é parte do mistério de Morrissey, você nao acha?", disse John Wynne, tour manager do artista há 9 anos, no site do cantor na Internet. Junto com Charlie Brown e Robert Sinclair, o empresário Wynne faz parte da equipe de "batedores" de Morrissey, que chega um pouco antes aos locais dos shows para checar dados técnicos.

"Ele é um homem muito cioso de sua privacidade e é por isso que nao dá entrevistas ou coletivas de imprensa", diz Wynne. "Também teve uma relaçao complicada com a imprensa durante a carreira, principalmente em relaçao às críticas que recebeu quando começou carreira-solo - Morrissey nao esqueceu, é o jeito dele", diz o empresário.

Morrissey também nao quer saber de encontros com músicos locais e vai do local dos shows para o hotel, e vice-versa. "Ele também nao é muito complicado, só tem algumas exigências quanto à comida: nada de carne ou peixe", avisa o empresário. "Você sabe: ele é vegetariano."

Inteligência - O guitarrista Johnny Marr e Morrissey, explorando ao máximo um approach de poeta romântico e uma ambiguidade sexual calculada (que, depois, se tornou militância homossexual) fizeram os anos 80 com inteligência e um grande senso de oportunidade.

Desempregado nos anos 70, Morrissey escreveu um livro sobre James Dean e outro sobre o grupo pré-punk americano New York Dolls. Depois, integrou brevemente uma banda chamada Nosebleeds, da qual ninguém se lembra. Marr vinha de grupos mais experimentados, como Sister Ray e Freaky Party. Eles recrutaram o baterista Mike Joyce e o baixista Andy Rourke e formaram os Smiths.

Com uma guirlanda em tributo a Oscar Wilde, ele destoava tremendamente de seus coleguinhas de geraçao. As letras, bem trabalhadas e angustiadas, também o tornavam uma figura peculiar. Em 1987, em plena ebuliçao, a banda acabou e Morrissey saiu em carreira-solo, lançando, um ano depois, "Viva Hate".




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