Desde 1964, Almir Macedo acompanha o Diário; toda a família já sabe que, antes de trabalhar, ele precisa passar na banca de jornal
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Almir Araújo Macedo é um leitor inigualável. A sede por informação e a necessidade em saber o que acontece na região onde mora são características que faz do Diário o seu maior companheiro. Esse periódico, criado em 1958, conta com a ilustre e assídua leitura de Macedo desde 1964, quando ele se mudou da Capital para a Vila Palmares, em Santo André. “Tenho muito interesse em estar sempre informado. Esse jornal não enrola o leitor”, diz. Aos 88 anos, recém comemorados em 2 de julho, ele já pode ser considerado o leitor número um desse jornal, com quase seis décadas de admiração.
A semana não é a mesma se Almir Macedo não lê o Diário. “Como eu durmo à tarde, eu perco o sono de manhã. Então, acordo 4h30, perturbo a Dona Maria (esposa dele), assisto um pouco de televisão e, antes de ir trabalhar, passo na banca. Se eu não compro o jornal, é como se o dia fosse nulo. A banca é pertinho. Dá uns 500 metros de casa”, relata Almir, que atua há 11 anos em uma empresa de segurança.
Apesar de ter uma saúde de ferro, nem mesmo os percalços da vida atrapalham a rotina de Macedo. A família conta que, no início de 2023, quando machucou um dos pés, ele pedia para algum dos parentes comprar o jornal. “Era impensável ficar sem o Diário. Ele já ficava nervoso de não poder trabalhar. Por isso, falava: ‘pelo menos, pega o jornal para mim’. Desde então, nós revezamos para comprar. Com a volta ao trabalho, quem o leva para a empresa passa na banca antes. Faça chuva ou faça sol, Seu Almir precisa do jornal impresso”, comenta a advogada Alessandra Lira, 43, nora dele.
Essa vontade de acompanhar todas as edições é contínua. “Teve uma vez que peguei outro caminho para levá-lo ao trabalho e não passei pela banca. Ele falou: ‘para na esquina que eu vou lá e pego’. Ele nunca esquece. Parei o carro e fui correndo na banca para trazer o jornal”, relembra Alessandra.
Por dois anos seguidos, Macedo ganhou de presente da filha Marisa Bumbeers, 46, a assinatura anual do Diário. “Ele ficou muito feliz quando fiz isso em duas comemorações de Dia dos Pais. Era mais prático porque o motoboy passava aqui e jogava o exemplar.”
Não importa se a entrega é na porta de casa ou direto na banquinha. Mesmo lendo todo o jornal, matéria por matéria, esportes é a editoria que ele mais gosta. “Principalmente pelas notícias sobre futebol. Essa é minha maior paixão.”
Quando Macedo viaja para o Interior, o dono da banca já é avisado. “Ele guarda os exemplares e depois eu passo lá para buscar. Se fico alguns dias ou semanas fora, ele sabe que eu vou levar cada edição que eu perdi.”
Até a casa de Macedo se adaptou ao costume e um cômodo é direcionado para o periódico. “Guardo os jornais em um quartinho no fundo de casa. Gosto de todos os jornais e indico para outras pessoas que também leiam o Diário.”
REFERÊNCIA
Em 60 anos de casados, Macedo e Maria têm quatro filhos, sete netos e quatro bisnetos. A influência do amor pela leitura recai sobre os familiares, que já aderiram a Era Digital ao lerem as notícias pela internet. Independente se é pelo on-line ou papel, o importante é seguir bem informado. “O Diário é o principal jornal porque fala sobre a região. Quero saber das coisas que acontecem onde eu moro.”
Macedo abriu as portas de casa para o Diário há muitos anos, mas, na última semana, a reportagem foi convidada para conhecer de perto esse memorável leitor. O dia do encontro exigiu preparo. “Almir saiu cedo e foi até o barbeiro. Quase fui atrás dele. Estava muito empolgado. Ele tem muito amor pelo jornal”, conta Maria Benedita Macedo, 82 anos, esposa de Almir.
Para o futuro, Almir Macedo tem dois objetivos. “Falam que tenho que me aposentar. Enquanto puder andar, vou trabalhar. Esse é meu lema. Sobre o Diário, sempre, sempre, sempre vou continuar lendo”, finaliza o grande companheiro desse periódico.
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