Política Titulo Pedido de verba
Região cobra isonomia de investimentos na saúde

Prefeitos citam necessidade de aporte do Estado, que, se fosse replicar verba que deu a S.Bernardo, desembolsaria R$ 350 mi

Raphael Rocha
Artur Rodrigues
12/07/2023 | 07:00
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Divulgação


Os prefeitos do Grande ABC cobraram do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) isonomia no tratamento dos demais municípios depois que o chefe do Palácio dos Bandeirantes confirmou o envio de R$ 150 milhões para tirar do atoleiro a gestão da saúde no governo do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB).

No sábado, Tarcísio veio à região e, durante a inauguração do Hospital da Mulher, ratificou a transferência do recurso para custeio do setor em São Bernardo, a despeito de o município governado por Morando ter o maior orçamento do Grande ABC e ter reservado R$ 1,2 bilhão para a Secretaria de Saúde neste ano.

Em uma conta hipotética, os R$ 150 milhões representam R$ 185,02 a cada um dos 810.729 habitantes de São Bernardo. Caso o governador adote visão isonômica, o Grande ABC teria direito a R$ 348,9 milhões – o valor leva em consideração o número de habitantes de cada uma das seis cidades restantes da região e a transferência per capita de São Bernardo .

O presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), já publicamente havia solicitado que o governo do Estado também contribuísse com recursos para a saúde da cidade. Ele citou nominalmente o auxílio que teve até o fim do ano passado para manter o Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, equipamento de porta aberta e que atende também pacientes de Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e uma parte da Zona Leste. “O que for possível encaminhar para nós vai ajudar muito, porque a gente não vai deixar de investir na saúde”, avaliou.

Prefeito de Ribeirão Pires, Guto Volpi (PL) também tinha se posicionado pró-tratamento isonômico por parte do Estado. “Ficamos surpresos (com o envio de R$ 150 milhões) porque a estrutura de São Bernardo é gigantesca. Eles acabaram de entregar o Hospital da Mulher, há outros equipamentos. Agora, o que esperamos é que o governo possa distribuir melhor (a verba) com foco na região. Aqui em Ribeirão, por exemplo, atendemos muitos moradores de Rio Grande da Serra, de Suzano, de parte de Mauá.”

Ontem, depois da assembleia geral dos prefeitos do Consórcio Intermunicipal, o prefeito em exercício de Santo André, Luiz Zacarias (PL), comentou que o município também necessita de suporte estadual. “Uma questão muito importante é o custeio na área da saúde, realmente. Vamos trabalhar com o governo do Estado pedindo recursos para a saúde e estamos cobrando ajuda do governo. Temos muitos equipamentos de saúde na nossa cidade, como o Hospital do Idoso, o CHM (Centro Hospitalar Municipal), que está passando por reforma, e vários outros. Então, estamos cobrando o governo do Estado para que nos ajude com esse custeio.”

Prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT) citou que tem mantido tratativas com o governo do Estado, mas que é preciso que o Palácio dos Bandeirantes efetive a transferência de recursos. “Nós esperamos receber também um recurso que cabe a Diadema, porque temos o hospital que atende regionalmente e não apenas aos moradores da cidade (Hospital Municipal de Piraporinha). Eu mesmo visitei o hospital três semanas atrás e conversei com dois pacientes que não eram de Diadema. O SUS precisa de apoio, todos os nossos equipamentos precisam e não de uma cidade só.”


 




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