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Philips lâmpadas faz reestruturação, mas não demite pessoal
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
30/08/2006 | 22:17
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A fábrica de lâmpadas da Philips em Mauá passa por uma reestruturação, que visa reequilibrar sua finanças, depois da perda de encomendas ao exterior e do achatamento das margens de lucro nas vendas externas neste ano.

O foco principal é a redução de custos nos processos produtivos, que permita à empresa retomar uma competitividade perdida em conseqüência da queda do dólar em relação ao real. Mas ao contrário da Volkswagen, a empresa não cogita demissões em massa nem fechar a unidade fabril.

Segundo o gerente industrial, Sergio Savazzi, o principal problema é o mercado de exportação, que representava até o início do ano 50% do volume produzido de lâmpadas. No entanto, neste mês a fábrica perdeu um contrato de vendas desses produtos para a Europa, que havia sido conquistado pela primeira vez há um ano e meio. Com isso, a fatia do que era destinado ao mercado internacional caiu para 40%.

A queda nas encomendas ao exterior pode ser ainda maior. Grande parte das vendas externas (de 80% a 90%) é intercompany, ou seja, feita com outras filiais da companhia fora do Brasil e realizada por meio de contratos anuais. Como no ano passado, o dólar estava em R$ 3,50 e passou à faixa de R$ 2,15 – variação negativa de quase 40% – as perdas são grandes.

“Dentro do Mercosul nossa competitividade agora é pequena e no Chile já estamos perdendo vendas. Ou melhoramos os custos ou ficaremos somente com o mercado interno”, afirma Savazzi. Mas o problema não é apenas no exterior. A planta também perdeu a produção de dois tipos de lâmpadas de iluminação pública, que passaram a ser fabricadas pelo grupo na China. E enfrenta custos mais elevados na compra de insumos (como alumínio e níquel) que têm preços em alta no mercado internacional.

O executivo explica que nas vendas internas, ainda há competitividade, já que o país impõe barreiras técnicas para a entrada de lâmpadas incandescentes e barreiras fiscais (imposto de importação que chega a 18%) para esses produtos vindos do exterior. Com isso, se dificulta a importação desses itens e fica garantido o espaço no mercado interno, pelo menos por enquanto. “Mas o mercado (de iluminação) do Brasil está estagnado”, afirma o executivo.

Medidas – Como parte das medidas para recompor o patamar de custos anterior, a fabricante rediscute contratos com fornecedores de produtos e serviços, como vigilância, transporte, manutenção predial e gases especiais e outras. A estratégia inclui ainda a busca de um melhor aproveitamento dos ativos, para elevar a produtividade, e um esforço para agregar novos produtos ao portfolio e ampliar a carteira de clientes.

Entre as opções em estudo, estão a compra unificada de alguns insumos, em parceria com outras unidades da Philips pelo mundo e o desenvolvimento de equipamentos para o processo fabril que durem mais. Há ainda a expectativa de ingresso no mercado do Caribe, que não é atendido pela companhia hoje. Outra possibilidade é passar a fabricar novos produtos de maior valor agregado (como lâmpadas alógenas). A dificuldade ainda é a equação de custos para viabilizar investimento em novos itens.




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