Logo depois do comunicado, os índios cercaram os visitantes aos gritos e empurrões, ameaçando-os com armas por quase quatro horas. Depois, disseram que não se tratava de ameaças, mas demonstração da disposição de lutar contra as tentativas de tirá-los das propriedades rurais que invadiram.
Não foi notado o uso de armas de fogo entre os índios. “Se voltarem aqui não sairão mais”, advertiu um líder dos invasores.
Além do procurador, foram detidos o repórter Ginez Cesar, da TV Sulamérica (afiliada da TV Globo em Dourados), o repórter-cinematográfico Oséias Medeiros e o repórter-fotográfico do jornal Diário MS, de Dourados, Ademir Almeida.
Desde 22 de dezembro, quando começaram as invasões, os índios já tinham feito 22 reféns, todos soltos horas depois.
Reintegração – A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi notificada nesta quinta sobre a reintegração de posse concedida aos fazendeiros, expedida na quarta-feira pela Justiça Federal. Ramiro Rockenbach afirmou que o Ministério Público Federal não concorda com a medida do juiz Odilon de Oliveira, e vai entrar com pedido de revisão do processo em instância superior. “As terras em questão são realmente indígenas”, disse.
Segundo o presidente do Movimento Nacional de Produtores, João Bosco Leal, não haverá acordo para os índios deixarem as áreas pacificamente. Ele disse que os grupos de invasores estão depredando as sedes da fazendas invadidas, e já roubaram aparelhos elétricos e eletrônicos. “Os índios estão roubando gado de caminhão e descarregando na cidade paraguaia de Paloma. São dois caminhões lotados de bois que saem dessas propriedades quase todos os dias.”
O governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, acusou a representação da Funai no Estado de fazer “jogo por baixo, sujo” e incentivar as invasões promovidas pelos índios caiovás-guaranis na região de Japorã, extremo Sul de Mato Grosso do Sul.
Sem citar nomes, Zeca do PT acusou o administrador da Funai de ser omisso e permitir atividades irregulares de funcionários dos postos da região que têm aumentado o conflito. Segundo ele, funcionários estariam incentivando a vinda de índios do Paraguai para participar dos protestos. O administrador da Funai no Estado é Márcio Justino.
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