Criticado por manter-se resistente à abertura de espaço nos primeiros escalões do governo de Santo André a partidos aliados, o prefeito Aidan Ravin (PTB) garantiu que não cederá a pressões.

Segundo o chefe do Executivo, há uma ansiedade exacerbada por parte de alguns vereadores e siglas. "Temos apenas cinco meses de governo. Uma gestação dura nove meses e uma faculdade, quatro ou cinco anos. É muito cedo para debater essa questão. Desde o começo, a intenção foi montar uma equipe técnica, e iremos manter esta estrutura até ter tudo equilibrado."

Aidan tem deixando claro nos últimos dias que o espaço que as legendas tanto pleiteiam precisa ser conquistado com o tempo. Em outras palavras, o petebista ainda se ressente pelo fato de, no ano passado, não ter tido um apoio sequer no primeiro turno - apenas na segunda fase, parte do PSDB uniu-se à sua candidatura.

"Quem acompanhou a eleição no ano passado sabe que o PTB chegou sozinho ao governo. Fui muito claro com todos ao dizer que esta abertura viria com a construção de um relacionamento de confiança. Não pode haver toda essa ansiedade, principalmente porque jogaram em outra cesta no ano passado, e não é porque virou o ano que está tudo bem", observou.

O prefeito garantiu que a confiança - e a consequente abertura de espaço - virá automaticamente com o esforço dos partidos no sentido de apresentar ideias e projetos, e no empenho em ajudar na interlocução da administração municipal com os governos estadual e federal. Aidan avalia que uma participação de parceria efetiva das legendas aliadas não se dá apenas com cargos em secretarias e diretorias.

Críticas - A recente declaração de Aidan, de que ainda não era hora de abrir espaço no governo para os partidos de sustentação foi duramente criticada pela base de sustentação do prefeito na Câmara. Os parlamentares da bancada reagiram prontamente, dizendo que havia "passado da hora" de Aidan dividir responsabilidades à frente da administração, permitindo que as siglas tenham poder de decisão na implementação de políticas públicas.

Um dos principais problemas de Aidan atende pelo nome de DEM. Segunda maior bancada da Casa, com três vereadores, o partido semanalmente reclama do governo, ora por falta de espaço, ora por não ter demandas atendidas.

O novo impasse entre Executivo e Legislativo é com relação ao PDT, o qual protelou decisão de entrar na base aliada por conta da falta de abertura nos dois primeiros escalões.