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Variedade estimula cliente pesquisar

Pesquisa aponta que indústria intensificou lançamentos de
produtos e consumidor tem mais disposição para comparar

Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
08/06/2012 | 07:03
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Diante da imensa quantidade de um mesmo produto disponível nas gôndolas dos supermercados, fica difícil saber o que levar para a casa. Mas a variedade de marcas, medidas, cheiros e ingredientes acabam beneficiando o consumidor. "O que faz intensificar a pesquisa de preços e da qualidade", explica o vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Orlando Morando.

Os estabelecimentos também levam vantagem. É possível atingir novos clientes ao oferecer itens a mais nas prateleiras. "Além disso, não existe empresa que cresça sem lançamentos", alerta Morando. De acordo com pesquisa da Apas e da Nielson divulgada em maio, o número de produtos lançados em 2011 foi 24% maior na relação com 2010.

O proprietário do Supermercado Primavera, de Santo André, Gilberto Wachtler, conta que sua loja tem 16 mil itens disponíveis para venda e semanalmente são cadastrados por volta de novos 70 produtos. "É um amaciante com aroma diferente ou um biscoito com tamnho menor. Nos últimos dois anos a agressividade da indústria, que tem de dar conta do mercado aquecido, se intensificou", salientou Gilberto.

Apesar das novidades constantes, Morando explica que o mix de produtos comercializados ainda precisa ser aprimorado. "Na área de derivados do leite, como frios e iogurtes; alimentos embutidos (como salame, por exemplo) e biscoitos existe uma margem muito grande para lançamentos novos", comentou o vice-presidente da Apas.

Conforme a pesquisa feita pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), divulgada na última semana, o preço do biscoito salgado variou entre R$ 1,98 e R$ 3,4 nos supermercados da região, diferença de até 71,7%. O biscoito de maisena também registrou diferença de 67,2% no custo.

O que pode explicar as diferenças nos valores é justamente a variedade de itens industrializados expostos, o que contribui para um mix maior de preços. "Muitas vezes são produtos similares ou até mesmo da mesma marca", comentou o engenheiro agrônomo da Craisa André Fábio Vezzá De Benedetto. O arroz, por exemplo, vendido por R$ 7,45 ficou 3,04% mais caro em relação ao levantamento da semana passada. A justificativa não é o clima, mas sim a variação dos preços. "Em alguns supermercados é possível encontrar o produto por R$ 6 e em outros por R$ 8", explicou Benedetto.

Para Morando, a chegada de produtos similares não implica na redução de preços dos itens comercializados pelas companhias líderes de mercado. No entanto elas podem oferecer opções novas para competir. "Ela pode usar um ingrediente com qualidade inferior ou superior para alterar os custos", lembra Morando.

 

 




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