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Sindicatos dão última cartada pela elevação do mínimo
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
15/02/2011 | 07:13
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O imbróglio nas negociações entre centrais sindicais e governo referentes ao salário-mínimo está próximo de um desfecho. A expectativa é de que os deputados discutam o menor salário do País amanhã. A Fazenda tem anunciado que irá elevar o piso a R$ 545. Mas entidades lutam por vencimento de R$ 580, ante os atuais R$ 540.

A última cartada das centrais virá de emenda do vice-presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores) e também deputado federal, Roberto Santiago, subindo o mínimo para R$ 560.

Hoje, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, irá à Comissão Geral da Casa para apresentar a proposta da União. O Executivo diz que o valor defendido não atrapalhará as contas públicas. Também segue em consonância com a política fiscal anunciada recentemente - corte de gastos de R$ 50 bilhões em 2011 - para conter a alta nos preços.

PROTESTOS

Na esteira da visita governamental ao Congresso, lideranças sindicais farão manifestação hoje no Salão Verde - de maior acesso parlamentar, em defesa do aumento para R$ 580. Porém, integrantes das centrais já admitem que o piso em definição provavelmente não chegue a esse teto.

Para amanhã, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalvez, o Juruna, ressaltou que a ideia é negociar a emenda no "corpo a corpo". A expectativa é que integrantes do MST (Movimento dos Sem Terra) e da UNE (União Nacional dos Estudantes) endossem o movimento. Somente a Força estima levar 500 militantes ao local.

"Vamos visitar as bancadas do PSDB, DEM e diversos partidos. Conversaremos com líderes partidários para tentar convencê-los de que eventual acordo em cima desse valor pode ser interessante para todos", diz.

Além disso, o fato da votação ser aberta e nominal será usado a favor dos sindicalistas. "Quem votar contra terá de explicar porque fez isso", apontou o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

O também deputado salientou que terá hoje diversas reuniões com as bancadas para negociações. A intenção é chamar os tucanos para conversas, pois o bloco diz que irá apresentar emenda de R$ 600 - que dificilmente será avalizada -, e que enfraqueceria a união pelo valor de R$ 560.

O presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Antonio Neto, destacou que o encontro de amanhã provavelmente será a última oportunidade das entidades representativas negociarem as reivindicações.

"Sabemos que a presidente Dilma (Rousseff) tem sensibilidade e quer conceder aumento maior. Mas sabemos também que alguns integrantes do governo querem ajustar a política econômica embasados em conceitos equivocados."

Os deputados acabarão em saia justa na pauta de amanhã. O governo espera que toda a base aliada defenda o mínimo de R$ 545. Do outro lado, as centrais irão brigar por reajuste maior. Caso isso não dê certo, o foco das sindicais será pela manutenção da política de valorização do mínimo.




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