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Brasília, a avó dos hatchs, completa 50 anos

Veículo superou a marca de 1 milhão de unidades emplacadas e foi exportado para 25 países

Nilton Valentim
do Diário do Grande ABC
19/06/2023 | 20:06
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Volkswagen/Divulgação


Em junho de 1973 começava a história da Brasília, um carro que começou a ser projetado pela Volkswagen no início da década de 1970, foi fabricado por dez anos e contabilizou 1 milhão de unidades produzidas até 1982. Este ícone da indústria automotiva brasileira foi batizada em homenagem à capital do País, mas ganhou o mundo e foi exportada para 25 países. Além disso, foi imortalizada na música do grupo Mamonas Assassinas (Brasília Amarela) e aparece em várias cenas do seriado mexicano Chaves.

Considerada a avó dos hatches, a Brasília foi o segundo foi o segundo veículo a bater a marca de 1 milhão de unidades, atrás apenas do Fusca, seu irmão mais novo. O ponto de partida para o nascimento da Brasília foi a plataforma mecânica da linha VW-1600, mas sua diretriz era clara: o mercado precisava de um veículo totalmente novo em estilo, em desempenho e de preço competitivo.

O primeiro passo foi a definição preliminar do estilo do veículo, sendo aprovado pelo então presidente da Volkswagen, Rudolf Leiding, e fruto do traço do designer Marcio Piancastelli. O veículo concebido tinha o seu ponto marcante no tamanho do para-brisa dianteiro, de dimensões realmente incomuns para a época. Fato curioso é que os técnicos chegaram às primeiras medidas visando o estabelecimento das dimensões aproximadas que o veículo teria, adotando como padrão de medida um boneco com o tamanho exato de um brasileiro médio.

Vale ressaltar também que, absolutamente todo o processo de desenvolvimento do veículo, desde o projeto de estilo da carroçaria aos protótipos, esteve a cargo de engenheiros e técnicos brasileiros.

De linhas retas e equilibradas, o Brasilia inaugurava uma nova tendência estilística para o automóvel brasileiro. Sua concepção obedeceu ao mais atualizado e racional design da indústria automobilística européia da época. Ainda seduzia amantes das viagens pelo grande porta-malas dianteiro de 135 litros e pelo bagageiro interno, que possuía 273 litros com a possibilidade de alcançar até 970 litros.

O responsável por fazer mover o Brasília era o motor 1.600 cm³ de 60 cv. Em 1975 veio a versão com dois carburadores, elevando a potência para 65 cv. O modelo já trazia recursos de segurança como painel acolchoado, freios a disco na dianteira, trava especial no capô dianteiro e estrutura já desenvolvida para absorver a energia cinética em caso de colisão, preservando o habitáculo e a segurança dos ocupantes.

Foi exportada para o México, Venezuela, Portugal e Nigéria, seus principais mercados. Saiu de cena em março de 1982, deixando uma legião de fãs até os dias de hoje.

RELÍQUIA
Nesta segunda-feira (19 de junho), a Volkswagen exibiu a Brasília 1982 que faz parte do acervo da Garagem VW, na Via Anchieta. A unidade, uma das últimas produzidas antes do fim do modelo, saiu diretamente da linha de produção para as salas da engenharia da Volkswagen do Brasil. Nunca emplacado, o modelo mantém toda sua originalidade e tem exatos 460 quilômetros marcados em seu hodômetro. O motor é um 1.6 a gasolina e carburação dupla.

Entre os destaques da unidade, pintada na cor metalizada Verde Mármore, estão o interior com revestimento vinílico nas portas e laterais de bancos, os detalhes em madeira no painel e até um simpático relógio do lado esquerdo do quadro de instrumentos. A versão LS também ostenta acendedor, bancos dianteiros com encosto para a cabeça e desembaçador traseiro.
 




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