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Petra: 200 anos de história revelada
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
07/06/2012 | 07:00
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Os primeiros vestígios de presença humana em Petra, na Jordânia, remetem ao ano 8 a.C., mas sua descoberta por um europeu só se deu em 1812, quando o explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt finalmente alcançou a lendária cidade de pedra, com base em informações geográficas e bíblicas, e depois contou seu grande feito na Europa.

Até então, os povos beduínos não permitiam que estrangeiros chegassem à área por acreditar que poderiam ser magos interessados em lhes roubar o tesouro. Hoje, passados exatos 200 anos, turistas e arqueólogos não apenas são bem-vindos como muito bem tratados por quem vive no local, reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e eleito em 2007 como uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo.

Até os anos 1980, muitos beduínos chegavam a cozinhar e hospedar visitantes em suas casas dentro de Petra, mas o reino jordaniano proibiu que eles continuassem vivendo dentro das dependências da zona arqueológica e desenvolveu um projeto habitacional em Wadi Musa a fim de evitar que a prática deteriorasse os monumentos escavados pelo povo nabateu em rochas de um imenso cânion. O acesso a turistas só tornou-se viável de fato nos últimos cinco anos, graças à construção de uma autoestrada a partir da capital Amã, situada a pouco mais de duas horas de carro.

De lá para cá, Petra virou a queridinha de historiadores, arqueólogos e caçadores de aventuras. Algumas operadoras no Brasil, como a Latitudes e a Raidho, já oferecem pacotes para quem assistiu à novela Viver a Vida em 2010 e sonhou em conferir de perto o inóspito cenário dos primeiros capítulos do folhetim global.

E o autor Manoel Carlos não foi o primeiro a descobrir o perfil cinematográfico de suas paisagens. Os fãs de Indiana Jones hão de se lembrar das últimas cenas do filme A Última Cruzada (Steven Spielberg, Estados Unidos, 1989), em que Harrison Ford cavalga triunfante após recuperar o Santo Graal, deixando para trás um belo templo cravado em ravinas íngremes. O lugar é Petra, e o templo é o primeiro de uma série de monumentos colossais que se espalham por uma área equivalente a vários estádios de futebol, onde o visitante pode se perder por dias vislumbrando cenários únicos.

Construída no século 5 a.C. pelos nabateus, Petra foi a capital de um império comercial que antecedeu a chegada dos romanos. A localização - de difícil acesso, em meio a formações rochosas quase inatingíveis - foi proposital. Isso ocorreu para que as riquezas dessa nação mercadora pudessem ser protegidas de invasões.

Dois pontos imperdíveis na cidade são o anfiteatro nabateu e uma longa avenida, ladeada por colunas, que leva ao pequeno museu arqueológico. Se paisagens rústicas fizerem parte do programa, outra boa pedida é uma visita ao deserto jordaniano, mais especificamente a um lugar chamado Wadi Rum. Lá é possível passar algumas horas rodando de jipe pelas areias da Arábia, em meio a rochedos e formações arenosas que dão à área um aspecto decididamente lunar.

O monumento mais importante de Petra, no entanto, é o imponente templo O Tesouro (El-Khazneh), cuja fachada, talhada na face de um penhasco de 40 metros de altura, chama a atenção não só pelo tamanho como pelas representações de mulheres, cavalos e soldados.

Junto dele, o monastério El-Deir, o local de sacrifícios e os túmulos reais constituem um dos mais impressionantes exemplos da cultura do Oriente Médio, até então escondidos entre fendas de rochas no meio do deserto.




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