A Companhia Vale do Rio Doce concluiu nesta sexta a mais longa operaçao de securitizaçao de recebíveis no mercado internacional feita por uma empresa brasileira. Dividida em três parcelas, com prazos de sete e dez anos e valor total de US$ 300 milhoes, a operaçao é também a primeira captaçao no exterior realizada pela empresa desde 1996 e também a primeira a contar com o aval da agência de seguro de risco MBIA, a maior do mundo.

Foram captados US$ 150 milhoes por dez anos, com a taxa fixa de 8,926% ao ano de retorno ao investidor (yeld), equivalente a 3,2 pontos percentuais acima do título do Tesouro norte-americano. Outros US$ 25 milhoes saíram pelo prazo de sete anos, com uma remuneraçao de 2,95 pontos acima do título norte-americano. E uma terceira parcela, de US$ 125 milhoes, saiu por uma taxa flutuante, equivalente à Libor (taxa do interbancário londrino) mais 0,65 ponto percentual. A operaçao pós-fixada teve o aval da MBIA, obtendo por isso classificaçao de risco máxima (AAA) das agências Standard & Poor's, Moody's Investor e Fiftch IBCA.

A securitizaçao terá como garantia os valores que a Vale terá a receber relativos a suas exportaçoes no período. A empresa, maior exportadora de minério de ferro do mundo, criou a CVRD Finance, que administrará as operaçoes e se encarregará de garantir o pagamento aos credores.