O mercado financeiro ainda precisa “digerir” as perdas causadas pela crise do crédito imobiliário dos Estados Unidos, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na opinião do ministro, as turbulências não irão passar por enquanto, porém, não devem contaminar a economia brasileira.

“O que aconteceu nesta crise foi uma avaliação melhor dos riscos dos países. Você pode perceber, no meio dessa turbulência, que o Brasil é um dos países mais sólidos. Quem diz isso não sou eu. Você lê a revista The Economist e vê analistas internacionais, todos dizendo, durante essa turbulência, que o Brasil é um dos países mais sólidos, portanto, estimulando os investimentos no Brasil.”

No dia 23 de agosto, a agência de rating Moody's elevou a nota da dívida brasileira de "Ba2" para "Ba1 - última nota abaixo do grau de investimento. Para Mantega, a elevação na classificação de risco é um sinal de que a economia do país não foi contaminada pelo cenário externo.

Questionado a respeito de um possível aumento da crise, a ponto de provocar uma retração da economia internacional, Mantega não descartou a possibilidade das exportações brasileiras serem afetadas. “Mesmo assim muito pouco porque hoje o Brasil depende mais do mercado interno do que do mercado externo”, afirmou.