Segundo pesquisa realizada por Todos Pela Educação, Itaú Social, Instituto Península e Profissão Docente e publicada em fevereiro deste ano, 84% dos professores acreditam que a formação presencial prepara melhor os docentes para o início da profissão. O estudo contou com participação de mais de 6,7 mil professores de escolas públicas em todo o Brasil e revela uma preocupação crescente com a qualidade e a eficácia da formação docente.
As estatísticas também mostram que apenas 19% concordam que os cursos atuais de Pedagogia e Licenciaturas estão adequadamente preparando docentes para o começo de suas carreiras. Essa porcentagem alarmantemente baixa reflete o sentimento geral de que os programas de formação de professores necessitam de melhorias significativas para atender às demandas da educação contemporânea.
Outro dado revelador é que 56% dos professores afirmam que não receberam orientação específica em seu primeiro ano de docência. Isso é particularmente preocupante, já que estudos mostram que a curva de aprendizagem é mais acentuada nos primeiros cinco anos de prática.
Para além dos desafios da formação inicial, a pesquisa também revelou preocupações com a valorização da profissão docente. Apenas 7% dos professores acreditam que são tão valorizados quanto médicos, engenheiros e advogados no Brasil. Além disso, 92% gostariam de ter maior participação na concepção de políticas e programas educacionais.
Paixão pela carreira
É importante ressaltar que, apesar desses desafios, a maioria dos professores (cerca de 80%) ainda escolheria ser professor, se tivessem a oportunidade de fazer a opção novamente. Isso ressalta a paixão e o compromisso que muitos professores têm com a profissão, apesar das dificuldades.
Os resultados desta pesquisa destacam a necessidade urgente de investir na formação e no apoio aos professores, garantindo que eles estejam bem preparados para enfrentar os desafios da sala de aula. Além disso, apontam para a necessidade de políticas que valorizem a profissão docente e reconheçam sua importância vital para a sociedade. Com foco contínuo na melhoria da formação de professores e no apoio à sua prática, podemos garantir uma educação de alta qualidade para todos os estudantes brasileiros.
É importante ressaltar que para construir o Brasil do futuro - um país capaz de competir de igual para igual com outras economias mundiais - devemos, antes de tudo, investir na base: uma educação robusta e de qualidade, com competência para formar professores excepcionais. Nesse sentido, a educação não é apenas o alicerce, mas o próprio coração do nosso futuro próspero e competitivo.
Marcio Oliverio é reitor da Universidade Metodista de São Paulo
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