Economia Titulo
Cai emprego formal no Grande ABC
Anderson Amaral
Do Diário do Grande ABC
19/09/2006 | 22:39
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Depois de registrar em julho o recorde de geração de vagas para o mês da história do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o emprego formal (com carteira assinada) perdeu ritmo novamente no Grande ABC em agosto, a exemplo do que ocorreu em nível nacional. De acordo com o cadastro, as empresas dos sete municípios da região contrataram 21.384 pessoas no mês passado e demitiram outras 18.306, o que resultou em um saldo (admissões menos demissões) de 3.078 postos de trabalho criados. Tal montante é 37,76% inferior aos 4.945 trabalhadores que ingressaram no mercado formal em julho deste ano e 25,04% menor que os 4.106 de agosto do ano passado.

No acumulado do ano, os dados também revelam desaceleração na geração de emprego com carteira assinada. Nos oito primeiros meses do ano, os sete municípios acumularam 25.392 postos de trabalho, ante 33.234 vagas em igual período de 2005, o que representa um recuo de 23,6% (veja quadro ao lado). Outra prova de que o emprego formal perdeu o compasso é que, em agosto, essa diferença era de 22,16%.

Os números do Caged revelam perda de ritmo em três das quatro principais atividades econômicas da região, mas a redução parece mais significativa na indústria e no comércio.

Em agosto, o saldo entre contratações e demissões resultou na eliminação de 11 empregos industriais, ante a abertura de 543 postos no mesmo mês do ano passado. O saldo negativo verificado no setor produtivo do Grande ABC foi motivado sobretudo pelas 118 vagas fechadas em Diadema e pelas 75 eliminadas em Ribeirão Pires.

No comércio, o cadastro revelou saldo positivo de 353 vagas formais em agosto, mas o montante é 66,57% inferior aos 1.056 empregos criados no mesmo mês de 2005. A principal contribuição negativa veio de São Caetano, onde o setor fechou 75 postos.

O único setor que acelerou a geração de empregos com carteira assinada na região em agosto foi o de serviços, que saltou de 2.041 vagas em agosto de 2005 para 2.607 no mês passado, o que representa expansão de 27,73%.

Em queda – No acumulado de janeiro a agosto, o setor de serviços liderou a geração de postos no Grande ABC, com 17.092 vagas abertas. O saldo, no entanto, é 10,71% inferior ao apurado nos oito primeiros meses do ano passado (19.142). O cenário é o mesmo nas outras atividades econômicas.

No comércio, o número de contratações com carteira assinada caiu 47,16%, de 5.307 para 2.804. Na indústria, a redução foi menor (-33,41%), com a queda de 6.773 vagas criadas entre janeiro e agosto de 2005 para 4.510 no mesmo período de 2006. Por sua vez, a construção civil fechou 14 postos de trabalho até agosto, contra 955 empregos criados nos oito primeiros meses do ano passado.

Em termos absolutos, o setor de serviços liderou as contratações em agosto em Santo André (578 vagas), São Bernardo (885) e São Caetano (993). A indústria foi o ramo que mais empregou em Mauá (117), e o comércio liderou o ranking de criação de postos de trabalho em Diadema (67) e Ribeirão Pires (26).

A redução no ritmo de contratações foi atribuída pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, à crise política, ao câmbio desfavorável aos setores exportadores e à tardia queda nas taxas de juros – que, em sua avaliação, deveria ter começado mais cedo. Luiz Marinho reconhece que o saldo de vagas é "um pouco menor do que no ano passado, mas nada que se possa chamar de temeridade.”

O Caged foi criado pelo governo em 1965, instituindo o registro permanente de admissões e dispensa de empregados. Serve como base para a elaboração de programas ligados ao mercado de trabalho.




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