As mães dos internos da unidade da Febem da Vila Maria protestaram contra o cancelamento das visitas no último fim de semana, determinado pela direção do complexo. No último domingo, um grupo de mães, liderado pela presidente da Amar (Associação das Mães e Amigas da Criança e do Adolescente em Risco), Maria da Conceição Paganeli, passou o dia tentando contato com o diretor da unidade para entrar no complexo e fazer a visita.

Segundo Maria da Conceição, a entrada não foi permitida e não houve possibilidade de as mães serem atendidas pelo diretor da unidade. As mães tentaram uma nova negociação na segunda-feira, mas não conseguiram.

As mães dos detentos recorreram ao Departamento de Execuções da Infância e da Juventude para que se verifique a legalidade da proibição das visitas. Agora, elas aguardam a decisão da juíza, que dirá se a medida é ilegal.

A assessoria de imprensa da Febem informou que as visitas foram canceladas em caráter de prevenção, já que, na sexta, internos da própria unidade haviam informado a direção de que um resgate estaria sendo planejado para domingo, no horário das visitas. Segundo a assessoria, todas as mães de internos que têm telefone foram avisadas da suspensão da visita naquele fim de semana.

As que a Febem não conseguiu avisar e que compareceram à unidade para a visita de sábado foram comunicadas da suspensão na porta do complexo por equipes escaladas para isso.

A Febem informou que o cancelamento da visita valeu apenas para o fim de semana passado e que as visitas do próximo sábado e domingo (21 e 22) já estão liberadas. Segundo a Febem, o cancelamento das visitas corresponde a um castigo e foi determinado após uma sucessão de fatos ocorridos na unidade, que culminou com o aviso sobre o possível resgate.

A tropa de choque fez uma intervenção na unidade sexta-feira de manhã, depois de os internos terem destruído o local no dia anterior. Cinco jovens sofreram ferimentos leves por resistirem à ordem de voltar para os quartos. Durante a inspeção, os funcionários da Febem descobriram dois túneis cavados para fuga dos adolescentes. Os internos teriam também agredido um funcionário a tapas e cusparadas no rosto.

A Febem informou ainda que o diretor do Complexo da Vila Maria, Washington Batista, esteve no local durante todo o fim de semana e teria tentado negociar com os internos uma visita de 20 minutos no domingo. Os jovens recusaram a proposta por considerarem o tempo insuficiente. O complexo da Vila Maria é formado por quatro unidades e tem capacidade para 150 internos. Atualmente, abriga 133.