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Índios se mobilizam contra garimpeiros na região Norte
02/05/2004 | 20:04
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Cresce a tensão entre garipeiros e índios, na Amazônia. Desta vez, o conflito está instalado no córrego Mãe Preta, afluente do Rio Xingu, dentro da reserva de 2 5 milhões de hectares dos índios caiapós, em São Félix do Xingu, no sul do Pará, na aldeia Crocaimoro.

Neste domingo, dezenas de guerreiros caiapós pintados e armados para a guerra foram vistos entrando na mata para expulsar à força pelo menos 150 garimpeiros acusados de invasão e extração de ouro em suas terras.

Informada desde o dia 30 pelo administrador da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Colider (MT), Megaron Txucarramãe, sobre a intenção dos índios, a direção da Funai, em Brasília, pediu no sábado por telefone e fax à Secretaria de Defesa Social e Polícia Federal do Pará para organizarem uma operação de retirada imediata dos garimpeiros, o que acalmaria os caiapós.

Com a ajuda dos índios, servidores da Funai localizaram duas pistas de pouso clandestinas, oito balsas, dezenas de garimpeiros e várias máquinas de sucção trabalhando dentro da reserva.

Alguns pilotos de avião que fazem fretes para o garimpo já identificaram a presença dos índios próximos ao Água Preta, alertando os garimpeiros para que abandonem o local imediatamente. Alguns já teriam deixado o garimpo ontem mesmo, mas a maioria preferiu ficar e resistir à ameaça de expulsão.

A Funai pediu ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) o empréstimo de seu helicóptero baseado na cidade de Tucumã para realizar um sobrevôo no local.

Os caiapós são famosos pela violência com que tratam os invasores de suas terras. Na década de 70, eles mataram oito garimpeiros, cortaram suas cabeças e as penduraram em árvores próximas de uma estrada, onde foram encontradas pela polícia do Pará.




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