Bicampeão Mundial de Jiu-Jítsu, vice-campeão por duas vezes no mesmo torneio e pentacampeão brasileiro do esporte, Daniel Gracie Simões, investe todo o seu treinamento na busca de mais um título mundial, no torneio que acontece nos próximos dias 25 e 26, no Rio de Janeiro. “Nunca estive tão bem preparado para uma competição como agora”, afirmou o lutador.

Todo o entusiasmo do lutador se deve a um incentivo a mais que teve em sua carreira. Além de colecionar títulos no jiu-jítsu, Daniel resolveu partir para um estilo mais agressivo de luta, o Vale Tudo e logo na estréia registrou um resultado surpreendente. Venceu no último final de semana, o Pride 21, no Japão, maior torneio do esporte que acontecia no mesmo período da Copa do Mundo da Ásia.

“É difícil alguém começar logo em um Pride, é a Copa do Mundo do Vale Tudo, mas meu currículo foi aceito, intensifiquei os treinamentos e consegui um ótimo resultado.”

Antes de partir para o Japão, Daniel passou um mês em treinamento nos Estados Unidos, com seu primo Renzo Gracie. De acordo com ele, fez exercícios para treinamento muscular, explosão e resistência, o que também serve de preparação para as competições de jiu-jítsu.

No Japão, Daniel venceu o atleta local Takashi Sugiura, lutador de destaque do país. Para Daniel, o que mais o impressionou foi a quantidade de espectadores e a grandiosidade do evento. “É um verdadeiro show. Tinha mais de 30 mil pessoas, a grande maioria torcendo para o japonês, mas como estávamos na época da Copa de futebol, havia alguns brasileiros presentes que me deram força.”

Apesar da pressão da torcida, Daniel entrou concentrado para a luta e levou a melhor. “No primeiro momento, ele me deu um soco no queixo que fiquei atordoado, depois levantei e parti para cima dele. Tive chances de acabar a luta, mas precisava demonstrar agressividade, é disso que eles gostam.” A fórmula deu certo. Daniel venceu por 2 x 1 e até conquistou a torcida, que no final já estava a seu favor.

A glória do Vale Tudo emocionou o lutador. “No dia seguinte ao confronto não conseguia andar nas ruas. Em uma luta tive um retorno que nunca consegui em todos os meus títulos de jiu-jítsu”.

Além do Mundial de Jiu-Jítsu, Daniel espera lutar em outros Prides até o final do ano. Ele pretende manter os treinamentos e assistir suas lutas para a correção de erros, que segundo ele, são normais pelo nervosismo da estréia.

Apesar do reconhecimento no Japão e até nos Estados Unidos, Daniel afirmou que não troca o Brasil por nada. O lutado da família Gracie, responsável pela introdução do jiu-jítsu no Brasil, nasceu no Rio de Janeiro, se transferiu para São Paulo e agora dá aulas e treina na academia Triatlo, em São Caetano.

Colaborou Flávia Tonin