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Famílias de soldados da Brigada Militar invadem prédio em RS
Do Diário do Grande ABC
03/06/1999 | 15:22
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Um grupo de 50 famílias, de mulheres e filhos de soldados da Brigada Militar (BM), invadiu na madrugada desta quinta-feira um prédio abandonado do IPE (Instituto de Previdência do estado), no centro da capital gaúcha. Elas prometem só sair se houver uma soluçao por parte do governo petista de Olívio Dutra aos seus problemas de moradia, antecipando que vao resistir e que só serao despejadas à força.

``O salário médio dos brigadianos é de R$ 316, e estávamos na opçao de ou pagar aluguel ou comer. Os policiais militares nao recebem reajuste salarial há muito tempo e nao existe nenhum plano habitacional. Fica muito difícil sobreviver assim', reclamou uma das líderes da invasao e presidente da Associaçao de Mulheres de Praças da BM, Claudete Walau.

O prédio de 11 andares do IPE, localizado na avenida Borges de Medeiros, bem no Centro de Porto Alegre e abandonado pelo próprio instituto há 10 anos, foi invadido no início da madrugada. Eles trouxeram colchoes e cobertores, que espalharam pelo chao das inúmeras salas para dormir e ali passar o feriado de Corpus Christi e os próximos dias.

``Nao queremos morar de graça. Queremos negociar e pagar. Pode ser nesse edifício ou outro. Mas nós nao vamos sair daqui sem uma resposta. Só à força nos tiram daqui', prometeu Claudete.

A invasao dos familiares de militares sem teto foi também um protesto contra o secretário de Segurança, José Bisol. É que, segundo Claudete Walau, foi solicitada uma audiência no mês passado mas até agora nao obtiveram resposta.

O subsecretário de Segurança, Lauro Magnago, disse que a questao está nas maos da secretaria de Habitaçao, cujo secretário Ari Vanazzi, informou que tentará uma negociaçao com o IPE. Ele quer saber a destinaçao do prédio e tentar uma soluçao.

O presidente do IPE, Eliezer Pacheco, esteve no local após a invasao e manifestou sua preocupaçao com a precariedade do edifício, desativado desde a década de 70 e que já foi a sede central do instituto. Ele informou que pedirá a reintegraçao judicial de posse do prédio.




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