``O salário médio dos brigadianos é de R$ 316, e estávamos na opçao de ou pagar aluguel ou comer. Os policiais militares nao recebem reajuste salarial há muito tempo e nao existe nenhum plano habitacional. Fica muito difícil sobreviver assim', reclamou uma das líderes da invasao e presidente da Associaçao de Mulheres de Praças da BM, Claudete Walau.
O prédio de 11 andares do IPE, localizado na avenida Borges de Medeiros, bem no Centro de Porto Alegre e abandonado pelo próprio instituto há 10 anos, foi invadido no início da madrugada. Eles trouxeram colchoes e cobertores, que espalharam pelo chao das inúmeras salas para dormir e ali passar o feriado de Corpus Christi e os próximos dias.
``Nao queremos morar de graça. Queremos negociar e pagar. Pode ser nesse edifício ou outro. Mas nós nao vamos sair daqui sem uma resposta. Só à força nos tiram daqui', prometeu Claudete.
A invasao dos familiares de militares sem teto foi também um protesto contra o secretário de Segurança, José Bisol. É que, segundo Claudete Walau, foi solicitada uma audiência no mês passado mas até agora nao obtiveram resposta.
O subsecretário de Segurança, Lauro Magnago, disse que a questao está nas maos da secretaria de Habitaçao, cujo secretário Ari Vanazzi, informou que tentará uma negociaçao com o IPE. Ele quer saber a destinaçao do prédio e tentar uma soluçao.
O presidente do IPE, Eliezer Pacheco, esteve no local após a invasao e manifestou sua preocupaçao com a precariedade do edifício, desativado desde a década de 70 e que já foi a sede central do instituto. Ele informou que pedirá a reintegraçao judicial de posse do prédio.
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