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5,5 milhões de menores trabalhavam no Brasil em 2001
Danilo Angrimani
Do Diário do Grande ABC
16/04/2003 | 23:20
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O Brasil tem 5,4 milhões de crianças e adolescentes, entre 5 e 17 anos de idade, trabalhando, segundo aponta levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado quarta-feira no Rio de Janeiro. Na faixa dos 5 aos 14 anos, são 2,2 milhões de crianças trabalhadoras.

A boa notícia, divulgada pelo IBGE, revela que o percentual de 40,3% de adolescentes, com idades entre 15 e 17 anos, que estavam fora da escola em 1992, caiu para 18,9%.

Outra redução significativa: a parcela de crianças, com idades entre 7 a 14 anos, que não freqüentava a escola em 1992, era de 13,4%, caindo para 3,5%. Os programas sociais, voltados para a educação, atingiram 6,6 milhões de crianças.

Entre as crianças que trabalham, 1,1 milhão faz jornada de adulto. Trabalha 40 horas ou mais (em São Paulo, 53,3% das crianças trabalham 40 horas ou mais). Cerca de 48,6% realizam trabalho escravo, sem remuneração.

Entre as crianças e adolescentes que recebem algum salário, 41,5% ganham até meio salário mínimo (R$ 120) e 35,5% são remuneradas com até um salário mínimo (R$ 240) por mês. Ou seja, 76% ganham no máximo um salário mínimo mensal.

A principal atividade que exige trabalho infantil é a agrícola, reunindo 43,4% do universo pesquisado.

Regional – Os pesquisadores do IBGE entrevistaram, em 2001, 378 mil pessoas e visitaram 126 mil domicílios. O levantamento é incompleto. Em Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá não foi feita pesquisa na área rural.

O IBGE também não dispõe de dados regionais. O instituto não sabe, por exemplo, quantas crianças trabalham exclusivamente no Grande ABC. Os dados são disponíveis apenas por unidades da federação (São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia) ou por grandes regiões (Sul, Norte, Nordeste e outras).

São Paulo é o Estado com maior número de crianças e adolescentes trabalhadores. São cerca de 747 mil. Em seguida vem a Bahia, com 617 mil; e Minas Gerais, com 578 mil. No entanto, as regiões Nordeste e Sul continuaram apresentando percentuais mais elevados de crianças e adolescentes ocupados.

As unidades da Federação que apresentaram os mais baixos níveis de ocupação de pessoas com 5 a 17 anos de idade foram o Rio de Janeiro, com 4,8%, e o Distrito Federal, 4,5%.

Escolaridade – Os números mostram que a grande maioria das crianças brasileiras (86%) estuda em escola pública. Cerca de 14% (5,3 milhões) estão em escola particular. O Sudeste (São Paulo, Rio de janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo) é a região do país que apresenta o maior percentual de crianças que ficam na escola por mais de quatro horas – 65,7%.

Do total de 5,4 milhões de crianças e adolescentes trabalhadores, 4,4 milhões trabalham e estudam, enquanto 1,08 milhão só trabalha. A pesquisa do IBGE revelou que as crianças estão fora da escola por três motivos: precisam trabalhar (em casa ou fora); têm dificuldades para chegar na escola; ou não estudam por falta de vaga.




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