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Justiça cassa o mandato de outro vereador da região
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
24/03/2010 | 07:43
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O Grande ABC tem mais um vereador cassado pela Justiça Eleitoral. Koiti Takaki (PV), de Ribeirão Pires, teve a perda de mandato decretada pelo juiz Sidnei Vieira da Silva, por compra de votos durante a campanha de 2008. O parlamentar afirma ser inocente e recorrerá ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo). No iníco do mês, Ramon Ramos (DEM), de São Bernardo perdeu a cadeira após condenação por porte ilegal de arma.

A denúncia sobre a suposta irregularidade foi aceita pelo Ministério Público em maio do ano passado. Após investigações e depoimentos de testemunhas (sete de acusação e três de defesa), a promotoria opinou pela condenação do verde, que foi acatada pela Justiça.

Segundo a ação, Koiti colocou pessoa a serviço para oferecer R$ 30 em troca de voto. Vários relatos do processo confirmam a negociação. O objetivo do então candidato era obter 500 votos somente no bairro Ouro Fino, segundo ficou provado no processo. Para isso, seriam necessários R$ 15 mil. No pleito de 2008, Koiti recebeu em toda a cidade 1.316 votos, sendo o terceiro vereador mais votado.

Além da perda de mandato, o magistrado condenou o parlamentar a um ano e quatro meses de reclusão, que foram transformados em prestação de serviços comunitários e pagamento de dois salários-mínimos (R$ 1.020) em forma de cesta básica para entidades sociais, pelo mesmo período da pena.

Koiti também teve os direitos políticos suspensos enquanto decorrer a condenação, além de três anos de inelegibilidade, a contar após o cumprimento da sentença.

Fatores determinantes para a conclusão da Justiça Eleitoral foram os depoimentos. Claudemir Simplício, por exemplo, admitiu que recebeu R$ 30 para votar no acusado. Claudete Aparecida afirmou que elaborou lista com nome, endereço, telefone e título de eleitor de pessoas que aceitaram a proposta de vender o voto.

Hilda de Oliveira assumiu que recebeu o dinheiro, mas declarou que não votou no verde e, por isso, negou que tenha vendido o direito constitucional.

Para o juiz, as testemunhas de defesa "não trouxeram elementos que façam qualquer contraprova". Maria Ferreira falou de fatos que não se vinculam à denúncia. As declarações de Ademir Ferreira "em nada afastam a força das inquirições anteriores", da mesma forma que Geraldo Alves, concluiu Sidnei Vieira.

 

OUTRO LADO - Koiti Takaki participou ontem normalmente da sessão da Câmara. Após a plenária, negou todas as acusações e frisou que entrará amanhã com recurso sobre a decisão no TRE-SP. Precavido, também pedirá liminar para permanecer no cargo enquanto se defende.

Se conseguir o mandato de segurança, pode evitar a entrada do suplente, o enfermeiro Rubens Fernandes da Silva (PV). Mas isso não evita batalha judicial, caso Rubão, como é conhecido, queira conquistar a cadeira também na Justiça.

O argumento de Keiti para tentar reverter a sentença é de que "não há provas materiais no processo" e os depoimentos "são contraditórios". "É só observar, ler a ação", ressaltou o vereador. "Vou provar minha inocência."

Indagado se considera o caso perseguição política, já que foram distribuídas cópias de sua condenação na região central de Ribeirão Pires, o parlamentar enfatizou que "sempre há alguém interessado em tirar uma casquinha."

Em São Bernardo, parlamentar responde ação semelhante

O vereador oposicionista de São Bernardo Vandir Mognon (PSB) também responde ação por suposta compra de votos em 2008. Inquérito policial, que corre na Delegacia Seccional da cidade foi aberto em fevereiro de 2009, a partir de representação protocolizada no Ministério Público pelo parlamentar governista Wagner Lino (PT).

O processo aponta que Mognon fez acordo para ter apoio político e em troca daria cargo em seu gabinete. Não há prazo para conclusão da ação.

Ainda em Ribeirão Pires, o primeiro suplente de vereador do PSB, Gilson Hamada, aceitou recentemente acordo com a Justiça e não é mais reserva do partido. O ex-parlamentar também respondia a processo por compra de votos. Agora, está proibido de se candidatar a qualquer cargo nas eleições deste ano e de 2012. Ele deixou a política.




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