Formalização ocorreu semana passada, mas ‘destruição’ começou há pelo menos um mês; espaço de lazer gratuito dará lugar a um parque linear
A Prefeitura de São Caetano, comandada por José Auricchio Júnior (PSDB), assinou no dia 4 de maio contrato com a empresa Versatil Engenharia para a demolição parcial e britagem de resíduos do clube Abrev (Associação Beneficente, Recreativa e Esportiva) Barcelona, localizado na Avenida Presidente Kennedy. A gestão tucana pretende construir um parque linear no espaço. Fato que chama atenção é que moradores do entorno do clube, gratuito e com 50 anos de história, contaram ao Diário que a demolição se iniciou há pelo menos um mês.
“Faz tempo que os tratores estão lá dentro. Hoje sobrou muito pouco do clube, porque tem algumas semanas que estão demolindo”, disse a comerciante Tereza Cristina, 51 anos, moradora da do bairro Barcelona.
O Diário questionou a Prefeitura sobre a contratação, mas nenhum retorno foi dado até o fechamento desta edição. No portal de licitações da administração municipal, que deveria conter todas as contratações realizadas pelo Paço, não é possível encontrar informações sobre o acordo.
A reportagem esteve no local na tarde de anteontem e constatou que a Abrev está parcialmente demolida, enquanto o Cise (Centro de Educação e Saúde da Terceira Idade) João Castaldelli já foi desmontado por completo.
“A pressa deste governo em destruir mais um patrimônio da cidade é tanta que eles atropelaram os ritos e trâmites burocráticos. A Abrev era o clube mais frequentado de São Caetano e não merecia esse desfecho”, declarou o vereador Edison Parra (Podemos).
O fim do clube já havia sido noticiado pelo Diário em 26 de março, quando o jornal teve acesso a informações sobre a proposta de Auricchio. A implantação do novo espaço prevê a integração das áreas da garagem municipal, do Cise João Castaldelli, do Teatro Municipal Paulo Machado de Carvalho, da sede da Abrev e do Parque Cidade das Crianças.
“Frequentava o clube desde que mudei para o bairro, no fim dos anos 1990. Quando fazia calor, o lugar ficava cheio de gente, muitos casais com filhos pequenos vinham passar o dia nas piscinas”, disse Tereza.
Inaugurada em julho de 1973, a Abrev contava com aproximadamente 5.000 sócios e era opção de lazer gratuito para os moradores de São Caetano. O espaço público continha quatro piscinas, sendo duas semiolímpicas, um ginásio, salão de festa, pista para caminhada e equipamentos para musculação.
“Estamos convocando uma mobilização em frente aos destroços da Abrev para mostrar a nossa indignação com o prefeito”, afirmou Clóvis Peixinho, sócio do clube recreativo há mais de 30 anos.
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