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Santo André, um segredo baiano
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC, com AJB
03/02/2005 | 15:43
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Praias desertas com piscinas naturais, recifes de coral, ótimos pontos para mergulho, manguezais, trilhas em meio à Mata Atlântica, reservas indígenas e os ares aconchegantes de cidade pequena. Assim é Santo André. Não a nossa Santo André, caracterizada pelo corre-corre do Grande ABC, mas a Santo André do sul da Bahia: mais uma daquelas belezas cinematográficas do litoral baiano que conquistam qualquer turista interessado em conviver com a natureza e experimentar a hospitalidade e o tempero dessa terra tão querida. A Santo André de lá tem tudo isso. E com um diferencial que atrai (e une) poetas, apaixonados, desiludidos e estressados: natureza bruta, que reluz sem necessitar de lapidação.

Só mesmo caminhando por este escondido vilarejo é possível sentir a textura de suas areias mornas, visitar aldeias indígenas, experimentar um exótico drinque com leite de rosas... E quase não acreditar que existam tantas estrelas tão pertinho do mar. É natural perceber que se está em um lugar especial, que desafia o tempo e a indústria do turismo.

Localizado em Santa Cruz Cabrália e isolado da civilização pelo rio João de Tiba, Santo André é um vilarejo de apenas 700 habitantes e nenhum posto de gasolina ou supermercado. Mas que surpreende pela qualidade gastronômica e pelas pousadas. As atrações incluem até mesmo um restaurante de comida internacional elaboradíssima. Os confortantes requintes que alimentam a ainda incipiente infra-estrutura turística são obra, em sua maioria, de estrangeiros que foram enfeitiçados pela cidade e nunca mais retornaram à terra natal.

A artesanal pesca de peixes e mariscos, os passeios por praias azuis e o espetáculo do encontro do rio Santo Antônio com o mar são programas obrigatórios para uma semana de descanso. Mas se a vontade de dançar axé falar mais alto, basta atravessar a balsa e rumar para Porto Seguro. Não sem assumir o risco de ser internado por insanidade ou frigidez, já que essa pequena aldeia é capaz de seduzir mesmo o mais urbano dos seres. Segredos baianos que um dia guiaram um certo Cabral que logo tratou de rezar uma missa reconhecendo a graça adquirida e se esqueceu por completo de procurar especiarias lá pelas bandas

das Índias.




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