A valorização de São Caetano está inibindo o comércio do Centro do município. O elevado custo do aluguel levou alguns lojistas da Rua Amazonas a fechar suas portas nos últimos meses, segundo empresários da região ouvidos pelo Diário.

Há 11 anos no local, o dono de uma loja de materiais para artesanato Aldo Luiz Segantini, critica o valor da locação. "Muitas lojas dessa rua fecharam porque o aluguel é muito caro, pode chegar a R$ 4.000 por mês", afirma.

A proprietária de uma sapataria que existe há mais de 30 anos na rua diz que as lojas menores são as que mais sentem dificuldades.

"Existe uma certa rotatividade nesse quarteirão, os salões menores acabam fechando com mais frequência. Acho que é porque o custo da região é muito alto", comenta Márcia Jane Chinelato.

Zeferino Antonio Garcia, dono de um restaurante na mesma rua, também reclama. Segundo ele, o estabelecimento só conseguiu completar 20 anos de existência porque se aperfeiçoou ao longo dos anos. "Éramos um bar, passamos a lanchonete e, após uma ampliação, transformamos o local em restaurante. Se não tivéssemos melhorado, certamente o local já teria fechado", acredita.

O presidente da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano do Sul), Nelson Antonio Braido, contestou as afirmações dos lojistas.

"O que há é uma reestruturação dos pontos comerciais nessa localidade por diversos motivos, como o término das atividades de alguns empreendedores que deram o ciclo por encerrado. Os poucos espaços físicos que ficaram vazios devem ser adquiridos por vizinhos, para a ampliação de seus negócios. Além disso, outros lojistas decidiram mudar de endereço para pontos onde seu público-alvo passa mais constantemente", justifica.

Procurada pela reportagem, a prefeitura de São Caetano informou que apenas oito de um total de 906 comércios ativos na rua foram fechados, e por decisão dos próprios donos. "Ou seja, menos de 1% do total de estabelecimentos", explicou a administração, em nota.

A Aciscs informou que o preço médio do aluguel comercial na Rua Amazonas é de R$ 2.000 ao mês.

Estacionamento - Outra reclamação dos comerciantes é a falta de opções para o estacionamento de clientes. "É difícil parar nessa rua e o custo da Zona Azul é alto. O cliente que vem comprar um produto de R$ 5,00 não vai querer pagar R$ 1,50 só para parar o carro", reclama a dona da sapataria.

O presidente da Aciscs informou que há outras opções de estacionamento nas proximidades. "A parte de baixo dessa rua fica a poucos metros do centro comercial da cidade, onde estão localizadas vagas de fácil acesso aos consumidores. Na parte de cima também há locais para estacionamento tarifados na própria rua e em seus arredores", esclarece.

Segundo a prefeitura, existe na cidade um sistema de estacionamento rotativo via celular que é cobrado minuto a minuto, ou seja, o usuário paga apenas pelo tempo utilizado.