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Honda investe US$ 200 mi no Brasil
Wagner Oliveira
Enviado a Sumaré
10/02/2010 | 07:00
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A Honda vai investir US$ 200 milhões em sua fábrica de automóveis em Sumaré (SP) até o fim de 2011. Com este valor, o montante aplicado no País desde 1997 chegará a US$ 1 bilhão. Os recursos serão usados, principalmente, na automação em várias etapas do processo produtivo e têm o objetivo de melhorar a competitividade e qualidade dos carros feitos no interior de São Paulo - Fit, City e Civic.

"Os investimentos não são focados no aumento da capacidade, mas sim na verticalização e qualidade da produção", afirmou o vice-presidente da Honda do Brasil, Izzao Mizoguchi.

Com os recursos, a Honda dá prosseguimento ao seu programa de robotização da fábrica de Sumaré. Nos últimos anos, a companhia ganhou maior automação na pintura e também na fundição, que passou a ser feita pela própria montadora. A empresa passou ainda a formular em Sumaré toda a produção de plástico injetado - peças que compõem painel e para-choques de novos veículos, por exemplo. Antes todo o serviço era feito por fornecedores.

Com a maior robotização, a empresa japonesa busca aumentar e qualificar a cadência na linha de produção. A Honda faz, no Brasil, um carro a cada 112 segundos - 630 por dia em três turnos. Com a melhora na eficiência, quer passar a 680 e diminuir a frequência para 109 segundos.

No ano passado, a empresa produziu 137 mil veículos - destes 12% foram exportados. Neste ano, a montadora prevê 151 mil novos veículos, o que representa crescimento de 10% em relação ao ano anterior.

Os novos investimentos podem deixar a fábrica com capacidade para produzir cerca de 180 mil novos veículos por ano.

Em razão de sua limitação de área, a planta de Sumaré pode chegar no máximo a produção de 240 mil veículos, mas a empresa não prevê o uso imediato do total da capacidade do local, já que a demanda atual é bem menor. A fábrica foi inaugurada pela Honda em 1997. A produção anual era de 15 mil veículos e contava com 400 funcionários - hoje são 4.000 colaboradores.

Além de aumentar a produtividade, a fábrica também procura tornar o ambiente de trabalho mais prazeroso. "A robotização não é feita para provocar demissão, já que o pessoal é remanejado para outras atividades. Um ser humano não consegue fazer um esforço repetitivo mil vezes ao dia. Neste caso, a intenção é sempre pôr uma máquina para desenvolver a atividade", disse Paulo Suetego, supervisor de recursos humanos da Honda.

Para ampliar o mercado também na mesma proporção da produção, o vice-presidente da Honda afirmou que a empresa pretende ser mais agressiva em vendas. Ele disse que o lançamento do Civic LXL, que chega com componentes de uma versão superior e por preço menor, faz parte da estratégia.

O objetivo é combater o Corolla (Toyota), que roubou do sedã da Honda a liderança no segmento.

De acordo com Mizoguichi, a fábrica de Sumaré também irá produzir motor e câmbio para a unidade da Honda na Argentina, que pode entrar em operação no ano que vem. O executivo disse que a montadora ainda não decidiu qual carro produzirá no país vizinho, mas o veículo terá de ser complementar ao mercado brasileiro. Especula-se que o carro a ser fabricado na Grande Buenos Aires seja uma variação do sedã City.




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