A destruiçao pela Otan de várias pontes iugoslavas sobre o Danúbio, assim como a continuaçao dos ataques aéreos, tornou impossível a passagem pelo rio em todo o território da regiao.

Isso significa nao somente centenas de cargueiros bloqueados a curto prazo, como também nenhum deles poderá continuar sua rota uma vez encerrado o conflito, já que os restos das pontes destroçadas o impedirao.

Segundo rio europeu depois do Volga, o Danúbio corre ao longo de 2.850 km, e constitui a principal via de passagem entre Europa Ocidental (Alemanha) e os Balcas. Atravessa a Austria e sua capital Viena, Eslováquia, Hungria e Budapeste, Croácia, Iugoslávia e Belgrado, assim como Bulgária, antes de desembocar no Mar Negro em território romeno.

Além de sua importância para o tráfego turístico entre Alemanha e Hungria, é utilizado essencialmente para o transporte de matérias-primas e carros, a partir das linhas de produçao da Europa Central.

Na Baviera, a principal companhia de transporte de mercadorias, Reederei Bayerischer Lloyd, considera ``dramáticas' as conseqüências da guerra sobre as atividades do grupo, e fala inclusive de ``prejuízos enormes'. ``Fomos totalmente surpreendidos. Nao podemos cumprir os acordos com nossos clientes que rompem os contratos para recorrer a outros meios de transporte. Já nao temos mais receita', estimou nesta quinta-feira Hans Frank, membro da diretoria.

O grupo, que dispoe de 155 navios que entregam em todos os países ribeirinhos todo tipo de mercadoria, desde carvao até produtos agrícolas, tem mais de 60 navios parados, metade deles entre Iugoslávia o Mar Negro.

Na Austria, a principal empresa de navegaçao, DDSG, conta com 29 navios bloqueados, e seus prejuízos sao de 781.000 dólares diários.

Na Hungria, país que envia anualmente 3 milhoes de toneladas em mercadorias através do Danúbio, 63 navios estao parados em Mohacs.

Para piorar a situaçao, uma imensa mancha de petróleo de 15 km de comprimento por 400 metros de largura proveniente da Sérvia chegou ontem à margem búlgara do Danúbio.

Os armadores romenos, por sua vez, se viram igualmente obrigados a cancelar contratos de milhoes de dólares, e esperam prejuízos de 600.000 dólares por mês.

Se prosseguir a situaçao atual, o setor pretende despedir a curto prazo 5. 000 pessoas.