Internacional Titulo
Greve na Bolívia compromete comunicação com estradas do Brasil
Da AFP
21/04/2006 | 18:09
Compartilhar notícia


Uma greve por tempo indeterminado que compromete a comunicação das estradas com o Brasil é mantida pelo segundo dia no povoado de Puerto Suárez, que exige a entrega de uma permissão de operações para a empresa brasileira EBX, que pretende explorar uma rica jazida de ferro na região.

Segundo o governo, a EBX opera ilegalmente e em desacordo com a Constituição e as leis ambientais do país.

Já a greve convocada nesta sexta-feira pela COB (Central Operária Bolivariana) foi chamada de fracasso pelo governo com um mínimo de adesão nas principais cidades do país, na antessada dos primeiros meses de mandato do presidente Evo Morales.

A greve convocada teve uma adesão parcial de 30% dos trabalhadores de hospitais e policlínicas públicas e de um distrito de mineração, Huanuni, de onde é originário o principal dirigente da COB, Jaime Solares, segundo uma contagem oficial.

A medida não teve qualquer impacto nos setores agrário e manufatureiro. O governo a qualificou de "absoluto fracasso" e meios de comunicação locais registraram uma pequena manifestação convocada pela COB para protestar contra o presidente.

As mobilizações maciças na área rural e as interdições de estradas anunciados pelo hierarca aimara Felipe Quispe e pelo dirigente quechua Alejo Véliz, adversários de Morales, tiveram um mínimo de adesões.

As estradas ficaram livres, e a indústria, o comércio e os bancos funcionaram normalmente. Os transportes públicos e os vôos domésticos e internacionais não foram suspensos.

"De forma geral, a greve foi um fracasso completo e absoluto", disse o vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais, Alfredo Rada.

O governo desativou a mobilização da COB ao evitar uma iminente greve de professores, na quinta-feira, ao assinar um convênio no qual se comprometeu a derrogar a Reforma Educacional e determinar várias medidas sociais para o setor.

O convênio foi assinado no Palácio do Governo com os principais dirigentes do setor, que haviam anunciado uma greve para esta sexta-feira por um aumento salarial superior aos 7% oferecidos pelo Executivo.

A determinação do poderoso sindicato dos professores, principal sustentáculo da COB, provocou uma profunda cisão na organização trabalhista, consumida há 20 anos em uma crise de convocação.

O governo precisa ainda trabalhar em outros iminentes conflitos como a ameaça de greve do rico e poderoso departamento de Santa Cruz, na dianteira das reivindicações pró-autonomia, e a advertência dos comitês cívicos de Tarija, que conta com o grosso das reservas de gás, de tomar medidas caso não seja atendido seu pedido por mais estradas.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;