São lamentáveis as estatísticas da violência no trânsito do Grande ABC. O número de mortes no asfalto ocorridas em março nas sete cidades foi o maior em toda a série histórica, iniciada em 2015. Isso significa que as políticas para reduzir as ocorrências, se é que existem, não estão surtindo o efeito desejado. É preciso que haja reação imediata para que ruas e estradas deixem de ser locais hostis à vida. A força-tarefa deve reunir autoridades, sociedade civil organizada, população e a iniciativa privada – especialmente as concessionárias de rodovias, que auferem faturamento expressivo na administração dos pedágios e pouco dão em contrapartida para evitar excessos e acidentes.
Vinte e cinco pessoas perderam a vida no asfalto na região de 1º a 31 de março, segundo dados do InfoSiga, sistema de monitoramento do governo estadual gerenciado pelo Detran-SP (Departamento de Trânsito de São Paulo), obtidos pelo Diário. A maioria das vítimas fatais conduzia motocicletas (9), eram homens (20) e tinham entre 18 e 24 anos (6). As colisões foram o tipo mais comum de ocorrência, com 11 registros. Do total de óbitos, 12, ou 48%, ocorreram em rodovias que cortam a região, o que realça ainda mais a importância de as concessionárias participarem do debate. Essas empresas fazem parte do problema, como mostram os números; que façam também da solução.
Especialistas no assunto são unânimes em afirmar que acidentes que geram vítimas estão, quase na totalidade, ligados à velocidade acima dos limites recomendados. Isso significa que, para solucionar a questão, é preciso, além de investimentos em obras de engenharia, como faixa exclusiva para motos, por exemplo, reforço na sinalização e educação dos condutores. Ao serem questionados sobre as ações que promovem para reduzir a violência no trânsito, gestores públicos e empresas vomitam programas e mais programas de contenção de acidentes. Como se as estatísticas ora divulgadas não rebatessem a eficiência dos mesmos de forma até acintosa. Está na hora de trocar os discursos pela ação.
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