O crescimento de 0,1% representa estabilidade, em termos estatísticos, explicou o coordenador do Grupo de Acompanhamento Econômico do Ipea, Paulo Levy. A estimativa, no entanto, representa uma melhora em relaçao à que foi feita no boletim anterior do Ipea, que previa queda de 0,4% do PIB.

A revisao, explicou Levy, foi realizada por causa do resultado "surpreendente" da evoluçao do PIB no segundo trimestre do ano. Entre abril e junho, a produçao total de bens e serviços no país aumentou 0,93% em comparaçao ao período entre janeiro e março, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A agropecuária terá o melhor desempenho este ano, de acordo com o Ipea, que previu aumento de 6,6% do PIB. O setor de serviços crescerá 0,5%, e a indústria terá queda de 2,2% da sua produçao total de bens e serviços, de acordo com o boletim. Segundo Levy, apesar de os dados preliminares sobre a atividade industrial em setembro nao terem sido positivos, pode-se esperar recuperaçao no mês passado. "Tudo isso faz com que a gente projete para o fim do ano uma pequena melhora", afirmou o economista.

Fatores inesperados - Levy ressalvou que as estimativas do Ipea podem nao ser confirmadas pela ocorrência de fatores inesperados, como foi a crise do pagamento da dívida russa no ano passado, que afetou pesadamente a economia brasileira. No boletim do terceiro trimestre de 1998, o instituto previu crescimento de 0,7% do PIB no ano - mas o IBGE acabou por apontar queda de 0,12%. "De fato, subestimamos um pouco os efeitos da crise russa", admitiu. "Mas até que erramos por pouco", disse.