Política Titulo Situação Caótica
Problema na saúde de São Bernardo vai além dos prédios, dizem vereadores

Parlamentares apontam, por exemplo, falta de médicos e de medicamentos na rede municipal, que teve UBS interdidata por risco de desabamento

Wilson Moço
do Diário do Grande ABC
10/04/2023 | 08:34
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Claudinei Plaza/19.08.22


Vereadores apontam que os problemas na rede de saúde de São Bernardo vão além de péssimas condições estruturais, como os verificados nas UBSs União e Vila São Pedro, e também em outros três equipamentos apontados em fiscalização realizada recentemente pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Falta de médicos – alguns teriam trocado a cidade por municípios vizinhos, que pagariam melhores salários – e de medicamentos, como carvedilol 25 mg (para tratamento de problemas cardíacos), e doxazosina 4 mg (para próstata), são algumas das outras situações encontradas, segundo parlamentares. 

Para o vereador Julinho Fuzari (PSC), mais grave do que os problemas estruturais nos prédios é a falta de medicamentos e, sobretudo, de médicos, em especial de neurologistas, o que tem prejudicado sobremaneira pacientes de TEA (Transtorno do Espectro Autista). Segundo ele, mães relatam que estão há cerca de um ano sem poder passar os filhos por consulta e, consequentemente, sem conseguir receita para ter acesso a medicamentos fundamentais para o tratamento.

“Acho que quando a gente fala de médico, porque médicos estão pedindo a conta para ir embora porque São Bernardo está pagando pouco, menos que cidades vizinhas, isso impacta mais. Com a falta de neuros, por exemplo,mães não conseguem nem pegar medicamentos, porque precisam da receita. E não conseguem consulta há cerca de um ano. Como vereador, estou pegando depoimento dessas mães, do impacto na vida delas e dessas crianças, e vamos fazer uma representação no Ministério Público da Infância e da Juventude para poder cobrar providências do Executivo”, comentou o parlamentar.

Vereadora da bancada de oposição ao prefeito Orlando Morando (PT), Ana Nice disse que tem feito visitas constantes a unidades de saúde desde o primeiro mandato, e que já havia cobrado da administração obras de manutenção na UBS União, que foi interditada por problemas na estrutura, e que também apontou falhas estruturais em outras, como na da Vila São Pedro. Lembrou que já fez indicação ao prefeito na qual pede a construção de novo equipamento na Vila União.

“Tenho uma indicação cobrando do prefeito para que construa uma segunda UBS lá para atender a demanda, porque aquela unidade da Vila União foi construída para atender 25 mil pessoas e hoje atende mais de 60 mil. E já era para o prefeito ter iniciado as obras, mas não fez por birra, porque a indicação é de uma vereadora que não faz parte da base do governo dele. E agora recebi reclamações de que o piso da UPA do Alvarenga está afundando”, reclamou.

LARGADA

Também vereador da oposição ao governo do prefeito Orlando Morando na Câmara, Glauco Braido (PSD) aponta falta de pediatras e de outros profissionais de saúde, de medicamentos e questões estruturais para concluir que São Bernardo está “largada”, em especial na área da saúde.

“Como faço fiscalização, posso afirmar que a cidade está largada. Não é de hoje que venho falando isso, mostrando, e vou intensificar esse trabalho a partir desse ocorrido (interdição da UBS União), porque a gente não pode deixar a população desassistida por cair uma UBS. Isso é um absurdo, não pode acontecer em lugar nenhum do mundo, nem em uma cidade pobre, imagina em um município rico como São Bernardo”, criticou o pessedista.

Ele promete cobrar da Prefeitura informações sobre as condições de manutenção de todas as unidades de saúde de São Bernardo. assim como da falta de medicamentos e de médicos. “Ele (Orlando Morando) tem maioria (de vereadores) absoluta na Câmara, mas a população vai estar com a gente para cobrar explicações sobre esses problemas.”

Questionada sobre os apontamentos dos vereadores, a Prefeitura informou, em nota, que a “rede municipal conta com profissionais e corpo médico que suprem a demanda. Vale ressaltar que o programa Mais Médicos, do governo federal, está em deficit com o município no número de profissionais atuantes na rede. Em algumas especialidades médicas há dificuldade de contratação, em âmbito nacional, devido à escassez de profissionais no mercado.” 

Quanto à falta de medicamentos, a administração esclarece que “ houve atraso na entrega de alguns itens pela empresa fornecedora, mas a maior parte já teve o estoque normalizado, como é o caso do carvedilol.




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