Economia Titulo Peso no bolso
Diferença de preço de ovos de Páscoa pode chegar a 320,46%

Bombons e tabletes de chocolate também tiveram alta de valor nos supermercados

Matheus Veiga
Especial para o Diário
07/04/2023 | 07:57
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Celso Luiz/DGABC


Pesquisa realizada pela Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) relata diferenças significativas na comparação do preços dos ovos de Páscoa, podendo um mesmo produto variar até 320,46%. E constata ainda aumento de 37,7% em comparação com o ano passado. Outro levantamento, feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), mostra que os ovos estão 23,68% mais caros neste ano na comparação com 2022.

A diretora do Procon de Santo André, Doroti Gomes Cavalini, afirma que é importante o consumidor se programar e fazer uma lista do que deseja comprar. “Esteja ciente do quanto pode gastar sem prejudicar o orçamento, pois assim se evita compras por impulso. Ficar atento ao preço das mercadorias também é recomendado. Caso haja divergência entre o preço verificado no local de exposição do produto e aquele informado no caixa, prevalecerá o menor valor.”

A manicure Tamara Pereira, 36 anos, notou o aumento no preço dos ovos de Páscoa. “Este ano não dá para comprar, o aumento no preço é de quase 60%. Ano passado compramos de uma marca que pagamos R$ 39, este ano o mesmo aumentou para R$ 49.”

A aposentada Catarina Marina, 72, teve que diminuir o número de ovos que ia comprar para os netos “Senti muito o aumento do preço, tanto que não vou conseguir comprar para os meus quatro netos, somente para os dois mais novos”, conta. 

O Procon-SP afirma que é importante que os consumidores comparem os preços praticados por diferentes estabelecimentos, considerando a relação entre a qualidade, peso e o preço do item.

OUTROS PRODUTOS

Além dos ovos de Páscoa, o levantamento do Procon-SP também identifica que houve aumento no preço médio de outros produtos da Páscoa, como os bombons (14,04%) e os tabletes de chocolate (4,37%), com o preço médio do quilo chegando a R$ 142,63 e R$ 81,31, respectivamente. A diferença significativa na comparação do valor em diferentes sites de varejo, também é percebida nesses produtos, de 116,31% entre os tabletes, e de 65,64% entre os bombons.

DIREITOS

“Para assegurar seus direitos como consumidor, exija sempre a nota fiscal. As formas de pagamento devem estar devidamente informadas, inclusive os valores à vista e a prazo, taxas de juros e valor total. Se a dúvida persistir, consulte os terminais de leitura óptica, quando houver, ou peça ajuda ao atendente”, pontua a diretora do Procon de Santo André.

Bacalhau apresenta preço mais ''salgado''

O bacalhau, prato tradicional da Sexta-feira Santa, apresentou aumento de 7,4% nos últimos 12 meses, segundo pesquisa da Apas (Associação Paulista de Supermercados). Dados de outro levantamento, realizado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostra que o produto inflacionou 12,02% no mesmo período, sendo o grande vilão entre as proteínas que compõem a cesta de produtos típicos da época.

Em contrapartida, o grupo de pescados vem apresentando estabilidade nos preços e aparece como uma alternativa. Nos últimos 12 meses, tiveram redução de 3,5% nos preços.

O aposentado José Alcides, 69 anos, não se assustou com os valores. “O produto já era muito caro, e agora está mais ainda. Mas como eu sempre espero esse aumento, acabo nem me preocupando tanto mais”, contou. 

O casal Maria Cecília e Antônio Duarte (63 e 65) afirmou que é tradição da família comer bacalhau toda Sexta-feira Santa. “O preço está lá em cima. O valor por quilo aumentou muito, as bandejas de bacalhau estão bem mais caras e menores do que as do ano passado.”

Os acompanhamentos no preparo dos pratos desse período, como a cebola, batata e alho, apresentaram quedas significativas em seus preços neste primeiro bimestre, 40%, 7,25% e 4,35, respectivamente. A azeitona também baixou 0,2%. O azeite de oliva aumentou 2,1% em fevereiro, acumulando alta de 10,2% em 12 meses. 

Já os vinhos, tiveram aumento de 0,6% no mês de fevereiro, ficando abaixo do índice da categoria de bebidas alcoólicas, que registrou 2,44%. Em comparação com a Páscoa anterior, os vinhos aumentaram 7%, enquanto as cervejas 10,7%.




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