O governo vai mudar as regras da caderneta de poupança para evitar a migração do dinheiro hoje depositado nos fundos de investimentos. Na expectativa de novas tesouradas na taxa básica de juros (Selic) - em patamares que podem variar entre 2 a 2,5 ponto porcentual nas duas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom)-, a equipe econômica estuda a possibilidade de limitar as aplicações por pessoa. Motivo: com a queda dos juros, hoje em 11,25% ao ano, a rentabilidade da poupança tende a ficar muito maior do que a dos fundos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado de que 92% dos depósitos da poupança não ultrapassam R$ 5 mil por pessoa. Uma das hipóteses avaliadas pelo governo é limitar as aplicações a este valor, mas uma outra corrente defende a tese de que o teto seja aplicado apenas aos novos depósitos, para evitar contestações na Justiça.

No diagnóstico da equipe econômica, trata-se de um "bom problema" a resolver, já que está associado à queda dos juros.

Lula determinou à equipe econômica que aja com cautela para não provocar pânico nos pequenos investidores. Acredita, porém, que o governo vai vencer a batalha da comunicação nesse episódio. "A sociedade vai entender isso perfeitamente', disse um ministro, que conversa diariamente com Lula.