Setecidades Titulo Regime fechado
Integrante do PCC é condenado a 39 anos de prisão por matar diretor de CDP em Mauá

Caso ocorreu em janeiro de 2007; segundo investigação da época, liderança da facção determinou crime por maus-tratos no CDP da região

Da Redação
02/04/2023 | 09:43
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Depois de 16 anos do crime, o mandante do assassinato do então diretor do CDP de Mauá foi condenado ao regime fechado (Foto: André Henriques/DGABC)


O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) condenou a 39 anos e seis meses de prisão um integrante da facção “PCC” por determinar a morte de um diretor do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Mauá, em janeiro de 2007. De acordo com a denúncia do MP (Ministério Público), José Claudino Pires Lealdino, cohecido por “Carrefour”, estava preso na Penitenciária II de Presidente Venceslau, no Interior de São Paulo, e de dentro da cadeia, utilizando-se de um telefone celular, ordenou a morte de Wellington Rodrigo Segura, então diretor do CDP. A motivação do crime teria sido maus-tratos aos presos provisórios daquele Centro de Detenção.

Segura foi alvejado com dezenas tiros de fuzis e pistolas, morrendo no local dos fatos, dentro do carro na via pública. Na ocasião, ele estava acompanhado de uma colega de trabalho que, embora ferida por quatro disparos, sobreviveu. No primeiro plenário realizado, o conselho de sentença, a despeito de ter reconhecido a autoria do crime, havia absolvido o acusado. O Ministério Público apelou da sentença e o Tribunal de Justiça a reformou, reconhecendo que a decisão era contrária à prova dos autos, entendimento mantido pelos tribunais superiores.

No novo julgamento realizado na última quinta-feira (30), os jurados acolheram todas as teses do Ministério Público. O plenário do Júri Popular foi realizado pela 7ª Promotoria de Justiça de Mauá com o apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

HISTÓRICO
Em 2007, o Diário publicou reportagens exclusivas sobre o caso. “Quem deu a ordem para a execução foi o Carrefour (líder geral), em Presidente Venceslau. Como os outros líderes estavam incomunicáveis, ele tinha carta branca para tomar as decisões”, afirmou o delegado Américo dos Santos Neto, delegado-titular da delegacia sede de Mauá e responsável pelas investigações, à época.

Nove pessoas participaram do assassinato do diretor do CDP e contou com apoio da cúpula do PCC. A cúpula referida pelo delegado, na ocasião, era composta pelo líder máximo da facção, Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, detido em Presidente Bernardes, além de Júlio César Guedes, o Julinho Carambola, preso no mesmo local, e Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, encarcerado em Presidente Venceslau. Marcola, hoje, está em uma penitenciária federal, em Brasília. De acordo com a investigação da época, “Carrefour” ordenou que Fábio Aparecido de Almeida, o Magrelo, planejasse a execução. Ele era o “sintonia” (líder regional) geral no Grande ABC, fez levantamento da vida do diretor e providenciou as armas, especialmente um fuzil calibre 30. Magrelo, por sua vez, contatou Ricardo de Paula Ferreira, o Ricardo R., para arranjar três executores: David Borges da Silva, o Baiano, Denis Humberto Magni, o Magui, e Luciano Pereira, o Shampoo.




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