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Artigo: Lula, Bolsonaro, o eleitor e a política
Dirceu Cardoso Gonçalves
30/03/2023 | 06:02
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Depois de passar três meses nos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro está de volta. Chegará às 7h30 de hoje, no aeroporto de Brasília, de onde seguirá em carro aberto, à frente de carreata de apoiadores, rumo à sua nova residência, no Lago Sul. Vem com o objetivo declarado de liderar as forças políticas de direita e a oposição ao governo de Lula, por quem foi vencido nas eleições de outubro.

Por mais que sejam empurrados pelas respectivas militâncias, espera-se que ambos se comportem com a devida responsabilidade e legalidade de situação e oposição, agindo como autênticos líderes, sem olhar para o nefasto retrovisor que os poderá contaminá-los com as deslealdades de campanha e o palavrório ácido de começo de mandato, que levou Lula ao desconforto típico dos que falam mais do que deveriam.

Bolsonaro deve reputar bem e tirar proveito do período sabático cumprido após a saída do governo. E Lula não esquecer que, acima do que falar mal do adversário, tem hoje a tarefa de governar. Ambos, se pensam em construir um bom futuro político para si ou ao seu grupo, devem evitar a polarização e o desconfortável clima de campanha eleitoral que nunca termina. Façam, tanto o governo quanto a oposição, de forma propositiva e voltada para o interesse nacional. Tentem conquistar os mais de 25% do eleitorado que no ano passado optaram por não comparecer ou votar branco ou nulo, supostamente por não se verem representados pelos candidatos habilitados.

Ganhar ou perder a eleição é alternativa, fato concreto, onde um ganha e o outro perde. O mais importante é que o ganhador governe focado nos problemas do País e no bem-estar do povo. Cada corrente política tem sua visão e objetivos, alguns possíveis e outros irrealizáveis. Todas, no entanto, precisam estar em consonância com os interesses da população, ou não sobreviverão.

No Brasil, embora lutem há mais de um século por espaço político, tanto a direita quanto a esquerda só conseguem avançar quando fazem acordo com as forças de centro. E o avanço é efêmero, depende do interesse momentâneo dos centristas que, ao longo do tempo, aprenderam a viver bem tanto de um lado quanto do outro.

Nunca será demais nós – que somos o povo – torcermos para que Bolsonaro e Lula possam fazer o melhor pelo País, não façam política “pensando com o fígado” e tenham a força necessária para conter os incendiários infiltrados em seus grupos...

Situação e oposição são necessárias ao processo democrático e juízo é instrumento indispensável para quem pretende se dar bem e sobreviver na política. Os dois personagens deste artigo, para fazer bem ao Brasil, devem praticar a verdadeira política universalizadora de interesses, visando o bem-estar da Nação e jamais o personalismo nos moldes dos que, ao longo da História, arremedaram divindade e levaram seus países à destruição e o povo ao sofrimento. Queremos líderes de que possamos nos orgulhar. Nunca os caricatos salvadores da Pátria.

Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo). 




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