Esses novos equipamentos "modificam substancialmente a ameaça que representa a Coréia do Norte em termos de mísseis", especificou a revista.

Um dos mísseis, destinado a ser lançado de uma base móvel terrestre, tem um raio de ação estimado em entre 2,5 mil e 4 mil km. O segundo, posicionado em um submarino ou um navio, terá um alcance de 2,5 mil km.

Segundo a Jane's, os dois sistemas foram desenvolvidos a partir do míssil balístico soviético R27, reformado, lançado de submarinos.

A revista britânica avaliou que "um sistema como esse poderá complicar o recolhimento de informações, o alerta rápido e a defesa antimíssil balística da Coréia do Sul, do Japão e dos Estados Unidos".

No entanto, a Jane's ignora se a Coréia do Norte vendeu ou tentou vender esse sistema. Segundo a publicação, "o Irã seria o cliente ideal, tanto para a versão terrestre quanto para a marítima".

Histórico- A revista diz que o programa norte-coreano tem sua origem em "dois acontecimentos, aparentemente não relacionados, sucedidos nos anos 90".

O primeiro foi a aquisição da tecnologia do R27, entre 1992 e 1998, ao que parece graças a cientistas russos. De acordo com a Jane's, a escolha desse míssil, lançado pela primeira vez em 1968, foi considerada "excelente" para Pyongyang, capital da Coréia do Norte. O segundo fato ocorreu em 1993, quando a marinha militar local comprou para o Japão 12 submarinos russos abandonados destinados ao ferro-velho.

"Por motivos de tempo e de custos", esses aparelhos ainda continham "elementos importantes do sistema de lançamento de mísseis, principalmente os condutos de lançamento e os subsistemas de estabilização", destacou a revista.

"Nesses dez últimos anos, as fábricas produtoras norte-coreanas integraram a tecnologia do R27 a outros elementos desenvolvidos no país ou adquiridos no exterior - na Rússia, no leste da Europa ou na China - com o objetivo de produzir armas de maior alcance", explicou a Jane's.