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PIB do País desacelera e cresce 2,9% em 2022

Aumento foi inferior ao registrado em 2021, de 5%; houve um recuo de 0,2% durante quarto trimestre

Agência Brasil
03/03/2023 | 06:15
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Indústrias contribuíram para aumento do PIB de 2022, apontou o IBGE no levantamento (Foto: Nario Barbosa/25.3.21/DGABC)

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A desaceleração da economia brasileira em 2022 sugere um ritmo mais modesto de crescimento neste ano. É o que avalia a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, em nota divulgada após o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentar o resultado anual do PIB (Produto Interno Bruto), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Nesta quinta-feira (2), o IBGE informou que o PIB recuou 0,2% no quarto trimestre de 2022. No ano, houve crescimento de 2,9%, contra 5%, em 2021.

Os segmentos de serviços e a indústria foram os responsáveis por impulsionarem o PIB no ano passado. Os setores cresceram 4,2% e 1,6%, respectivamente. “A desaceleração acentuada do ritmo de crescimento em 2022, com retração já observada no último trimestre, repercute, sobretudo, a reduzida liquidez no ambiente externo e o ciclo contracionista da política monetária (aumentos da taxa básica de juros, a Selic)”, diz a nota da Secretaria.

A Secretaria acrescenta que o “aumento dos juros somado à inadimplência crescente dificultou a tomada de crédito e os investimentos produtivos, levando à retração da atividade industrial”. “Esse cenário foi parcialmente contrabalanceado pelo setor de serviços, estimulado por reajustes nos valores do programa de transferência de renda, liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e pelo crescimento da massa salarial ao longo do ano”, destacou. A secretaria diz ainda que o crescimento das exportações, repercutindo principalmente o aumento nos preços das commodities (produtos primários com cotação internacional), também colaborou positivamente.

No curto prazo, a expectativa é de recuperação da atividade econômica, impulsionada pela previsão do IBGE de crescimento de 14,7% para a produção de grãos em 2023. “Apesar do alto endividamento das famílias, a dinâmica positiva que segue sendo verificada no mercado de trabalho, a valorização real do salário mínimo e o aumento da faixa de isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) também devem contribuir para a atividade nos primeiros meses desse ano”, acrescentou a Secretaria.

Em contrapartida, a secretaria cita como fator negativo para o crescimento econômico os juros básicos, atualmente em 13,75% ao ano, o maior patamar desde janeiro de 2017. “Como consequência das elevadas taxas de juros, observa-se trajetória ascendente para os spreads [diferença entre taxa de captação dos recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes] e para o custo de crédito, além de desaceleração acentuada nas concessões de crédito”, destaca.

Para a Secretaria, o setor externo pode ser outro fator de desaceleração, a depender do ritmo de arrefecimento da atividade global em função do ciclo de aperto monetário nas economias centrais, com destaque para os Estados Unidos e países da Europa.

Integrantes do governo tem criticado o atual nível da taxa Selic, que dificulta o crescimento econômico. Hoje, a ministra Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, reforçou esse discurso ao dizer que o governo tem feito o seu “dever de casa” e, por isso, espera “um gesto positivo”, não de generosidade, na próxima reunião do Copom do BC, responsável por definir a Selic.




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