Economia Titulo
Governos brasileiro e chileno querem estreitar relações
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
31/07/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Para o Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, uma das saídas para as exportações brasileiras, duramente afetadas por conta da crise financeira internacional - os maiores compradores geralmente são países desenvolvidos, com excessão da China, que recentemente roubou o posto dos Estados Unidos como primeiro destino das mercadorias nacionais - é fortalecer acordos bilaterais com nações em desenvolvimento.

"Este é o momento de estreitar relações e de fazer novos parceiros. Antes, procurávamos somente países que compram pouco ou que possuem relações comerciais estáveis com o Brasil. Precisamos ousar e fazer alianças com blocos que comprem bastante da gente", afirmou Lula, se dirgindo aos empresários presentes em encontro realizado para a integração entre chilenos e brasileiros na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

E o presidente prosseguiu: "Vamos vender máquinas e equipamentos em Paris? Na Alemanha? Não. Mas vamos vender para a América Latina, para a África. Essa crise abre a oportunidade para o Chile e o Brasil estabelecerem complementaridade entre eles. Se isso for feito, a chance de ficarmos ricos assim é muito maior do que se só vendermos para eles".

A Presidente do Chile, Michelle Bachelet, concordou com Lula e pediu agilidade aos empresários. "Viemos aqui para aproveitar as possibilidades de negócios que temos. É muito provável que a janela de oportunidade aberta pela crise possa perder sua força se não reforçarmos nossas relações. Temos de em negociações de longo prazo e firmar uma agenda estratégica".

Segundo Lula, o Chile, com seus 20 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) de xxx - o Brasil tem 179 milhões e PIB de US$ 1,5 trilhão - investe mais aqui do que os empresários brasileiros lá. "É uma vergonha. Para cada US$ 4 dólares que o Chile investe aqui, investimos US$ 1 lá".

PRODUTOS - A quantidadede produtos brasileiros comercializados para o Chile também é maior. O Brasil importa minério de cobre e metanol.Eles compram petróleo cru e derivados, laminados de ferro e manufaturados, que vão de veículos de transporte de grande porte a celulares e impressoras.

Porém, o país possui muitos parceiros e a concorrência de alguns itens é inevitável, salientou Welber Barral, secretário-executivo de comércio exterior, referindo-se ao ferro. Outro ponto é a volatilidade do preço do petróleo.

O Grande ABC entra na história por concentrar a produção de ônibus, como os modelos da Scania, Ford e Mercedes, vendidos aos chilenos para uso de transporte público. Porém, com a crise, eles ficam em segundo plano, já que não são de primeira necessidade.

Na avaliação de Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, uma das saídas para recuperar parte do comércio exterior é a venda de etanol. Hoje, os chilenos utilizam 5% de álcool combustível misturado na gasolina, e isso pode chegar a 25%. "O Chile me surpreende por, até o momento, não ter introduzido a mistura de 10% e de não ter incentivado a compra de veículos bicombustíveis do Brasil".

De acordo com Giannetti, os automóveis possuem vida útil de 15 anos. "A frota chilena pode se renovar aos poucos. Não é justo os chilenos ficarem reféns de um combustível que tem um preço tão volátil", reforçou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;