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Sem acordo, Zelaya dá por encerrado diálogo com Micheletti
Da AFP
23/10/2009 | 08:15
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A equipe do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, anunciou, após a meia-noite (4h de Brasília), o fim do diálogo com os negociadores do governo de fato de Roberto Micheletti, após a recusa deste de restituir Zelaya ao poder, dando por encerrado 16 dias de árduas negociações.

"Damos por esgotado o diálogo, não podemos seguir dando prazos", afirmou Mayra Mejía, integrante da equipe de negociação de Zelaya.

Zelaya havia anunciado um ultimato que expirava à meia-noite de quinta-feira (4h de Brasília, sexta-feira) com a ameaça ao governo de fato de encerrar o diálogo se Micheletti não aceitasse seu retorno ao poder, do qual foi afastado pelo golpe de Estado de 28 de junho.

Este é o principal ponto do Acordo de San José, proposto pelo mediador para a crise de Honduras, o presidente da Costa Rica Oscar Arias, e pela comunidade internacional para acabar com a crise política que afeta o país desde o golpe.

Os delegados do governo de fato de Roberto Micheletti rejeitaram o ultimato do presidente deposto e anunciaram que farão uma proposta nesta sexta-feira às 10h (14h de Brasília).

"Nossa resposta ou nossa contraproposta será apresentada amanhã (sexta-feira) às 10h", anunciou na noite de quinta-feira Vilma Morales, da equipe de Micheletti.

"Pedimos a nossos sócios na mesa de diálogo que coloquem de lado os jogos políticos e chegaremos à meta final na sexta-feira", completou.

Mejía, no entanto, disse que a proposta pode ser recebida pelos representantes da OEA (Organização dos Estados Americanos) que acompanharam o diálogo iniciado em 7 de outubro e destacou que o mesmo só será retomado com o debate da restituição de Zelaya.

A mesa de diálogo instalada em 7 de outubro debateu 12 pontos do Acordo de San José e as duas comissões concordaram em 95% das questões, incluindo a criação de um governo de unidade, a celebração das eleições em 29 de novembro, a não aplicação de uma anistia e a nomeação de uma comissão de acompanhamento e outra da verdade.

Micheletti também conseguiu arrancar a promessa de Zelaya de desistir de convocar uma Assembleia Constituinte para reformar a Carta Magna e permitir a reeleição, o questão que detonou o golpe del 28 de junho.

Mas os dois lados travaram no verdadeiro problema: a restituição de Zelaya, que completou um mês refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde chegou no dia 21 de setembro de surpresa.

Zelaya exige que o Congresso decida sobre o seu retorno ao poder, enquanto Michelleti insiste que a decisão cabe à Suprema Corte de Justiça.

O governo de Micheletti aposta as fichas nas eleições presidenciais de 29 de novembro, que têm seis candidatos, com a esperança de que a posse do vencedor em 27 de janeiro de 2010 reduza os protestos internacionais contra o país.




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